São Paulo, sábado, 02 de maio de 2009

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Crítica de loja

DECORAÇÃO E DIVERSÃO

Que tal um tapete em forma de bueiro ou um saleiro que anda?

As pragas da hora também estão lá: adesivos de parede e aqueles vasos de plástico mole

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Camelô fica na Manoel Guedes, uma rua estreita por onde muita gente passa, normalmente para fugir do bairro do Itaim. E eis uma loja que sabe tirar partido de sua localização estratégica. Não há dia em que a vitrine, debruçada sobre a rua, não atraia com um arranjo novo e intrigante de itens cheios de cor e personalidade: um regador de plástico rosa de forma abusada, sacolas de ráfia de ar exótico, flores de tecido agigantadas. Com o tempo, seduz até aqueles que, diferentemente de mim, precisam de um argumento inelutável para entrar.
De perto, não é que a loja cumpra todas as suas promessas. Mas que vale o esforço de achar uma vaga mais ou menos perto, vale. Dispostos de um jeito charmoso, algo caótico, os produtos somam o lugar-comum (como canecas decoradas com dizeres supostamente espirituosos) a achados bons de fato. Noves fora, desponta como alternativa local ao circuito, meio "cartas marcadas", do presente "descolado". As pragas da hora decerto estão lá: adesivos de parede, chaveiros de feltro e a linha completa daquele vaso de plástico mole que ganha forma quando cheio d'água. Mas também há coisas nunca vistas antes, como as pantufas de cetim com flores aplicadas e os sapatinhos infantis com cara de bisão da marca californiana Goody Goody, lindos e de preço justo; os cabides de parede bacanas; e os produtos aromáticos diferentões para a casa.
Mas é quando a decoração encontra a diversão que eles acertam mesmo. Como nos tapetes de banheiro em forma de tampa de bueiro de Londres ou de Nova York. Ou no ótimo peso de papel/oráculo para homens de negócio, cujas respostas incluem "compre", "venda" e "mande alguém embora". Ou nos seres utilitários coloridos da marca francesa Pylones. Entre esses, o destaque é o saleiro de corda com cara de pato e rodinhas, que anda pela mesa. Para os que acham a maior "zica" passar o sal de mão para mão, não posso imaginar uma solução melhor.


ONDE ENCONTRAR
Camelô r. Manoel Guedes, 281, Itaim Bibi tel. (11) 3079-7175, São Paulo www.camelopresentes.com.br


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