|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAPA
Consumo inclusivo
Poucas iniciativas na área de moda e do comércio virtual tentam atender necessidades de gente com deficiência
DÉBORA MISMETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Grandes marcas ignoram
completamente as necessidades de consumo das pessoas
com deficiência, mas um grupo
pequeno de confecções está de
olho nesse público.
Um exemplo é a loja virtual
Modus Ateliê, criada um ano
atrás por quatro estudantes de
moda, que desenvolve bolsas
especiais para serem encaixadas em cadeiras de rodas.
"As estampas são um sucesso, porque trazem a informação
de moda. Compartilha-se essa
linguagem entre cadeirantes e
andantes", diz Janaína Passos,
29, que está cheia de pedidos.
O designer Geraldo Lima se
especializou em atender cegos.
Sua grife, a Uranio, tem etiquetas em braile informando a cor
de cada roupa. A loja também é
pensada para facilitar a circulação desses consumidores: cada
tipo de roupa fica em um canto
do espaço e o centro é livre.
Na Como Ir!, loja virtual criada também há um ano, a maioria dos produtos é voltada para
o conforto dos cadeirantes, como rodas especiais e cadeiras
feitas para tomar banho. Os sócios finalizam pesquisas para
lançar capas de chuva adaptadas aos cadeirantes, calças com
aberturas para facilitar o vestir
e um conjunto de saruel fechada a velcro com blusa-xale. "Esse conjunto está sendo testado
por uma amiga. O importante é
escutar as pessoas", diz Ricardo
Laurenti, 47, sócio da loja e tetraplégico há 25 anos.
Moda e design
Ainda assim, as opções são
muito poucas. Para a secretária
dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Battistella, a maneira de
multiplicar a oferta de produtos acessíveis é "ganhar" estudantes de moda e de design já
na faculdade. "Na arquitetura
acessível tem sido assim", diz.
O governo paulista organizou, no primeiro semestre, o
primeiro concurso de roupas
acessíveis, que teve como vencedora a estudante de moda da
USP Brunna do Val.
Ela criou
um vestido adaptado para pessoas que tiveram os braços amputados. "Ele é largo na hora de
vestir e o ajuste é feito com faixas presas por velcro", diz a jovem estilista.
Segundo a secretária, a tendência é que aumentem as alternativas de consumo, por
causa da maior inserção desse
grupo na economia.
"É um
mercado emergente muito forte. As pessoas estão trabalhando mais, estudando mais, e vão
ter que vestir roupas e sapatos
adequados a isso."
ONDE ENCONTRAR
Como Ir!
www.comoirbr.com.br
Modus Ateliê
www.modusatelie.com.br
Uranio
tel. (11) 3081-4282, São Paulo
Texto Anterior: Gincana de obstáculos Próximo Texto: Rampa na loja, só, não resolve Índice
|