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Estilinhos
Roupa para imitar os adultos, fazer graça ou entrar no faz de conta? Veja os diferentes looks
Caio Guatelli
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Alice, 6, veste bermuda de sarja, R$ 184 na Pituchinhus, camisa
polo, R$ 83 na Pituchinhus, e papete de borracha, R$ 24,90 na
C&A; Alessio, 6, usa bata de voile, R$ 119 na VR Kids, bermuda
de algodão, R$ 116, na Mariângela Blois, e tênis de couro,
R$ 82,63, da Klin; e Letícia, 3, usa vestido de suplex, R$ 117 na
Monne, e papete de borracha com sola de couro, R$ 69,91, da Klin
DANAE STEPHAN
JENIFFER PERLMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Roupa infantil é negócio de
gente grande. No Brasil, essa
indústria produz um bilhão de
peças por ano e cresce 6%, contra os 5% do mercado adulto.
Em 2008, o segmento faturou
US$ 4,5 bilhões, ou 15% do
mercado total de roupas.
Num momento em que se estudam restrições na publicidade dirigida às crianças, grifes
concentram suas estratégias
exatamente nesse público. "Há
dez anos não valorizávamos a
criança como consumidora",
diz Dieter Wolsgang Brockhausen, diretor da FIT (Feira Internacional do Setor Infanto
Juvenil e Bebê). "Hoje ela é
mais autônoma, tem contato
social intenso e visualiza as informações mais rápido."
As marcas infantis têm estilos variados. "O que não significa que uma criança já tenha um
estilo definido. Suas vontades
são resultado de sua interação
com o mundo e com o outro. É
por esse processo que ela vai, ao
longo da vida, optar por uma
estética", afirma Marcos Cezar
de Freitas, coordenador do
programa de pós-graduação em
Educação e Saúde na Infância e
Adolescência da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp).
"A criança está sendo assediada a comprar mais e mais,
criando um hábito que nem
sempre é sadio", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do núcleo de cultura e
pesquisas do brincar da PUC-SP. "Mesmo que as roupas se
enquadrem no mundo de fantasia, a criança não precisa de
nada específico para desenvolver sua criatividade: ela pode
transformar qualquer pedaço
de tecido em uma boa brincadeira", diz Maria Ângela.
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