São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

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Estilinhos

Roupa para imitar os adultos, fazer graça ou entrar no faz de conta? Veja os diferentes looks

Caio Guatelli
Alice, 6, veste bermuda de sarja, R$ 184 na Pituchinhus, camisa
polo, R$ 83 na Pituchinhus, e papete de borracha, R$ 24,90 na
C&A; Alessio, 6, usa bata de voile, R$ 119 na VR Kids, bermuda
de algodão, R$ 116, na Mariângela Blois, e tênis de couro,
R$ 82,63, da Klin; e Letícia, 3, usa vestido de suplex, R$ 117 na
Monne, e papete de borracha com sola de couro, R$ 69,91, da Klin


DANAE STEPHAN
JENIFFER PERLMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Roupa infantil é negócio de gente grande. No Brasil, essa indústria produz um bilhão de peças por ano e cresce 6%, contra os 5% do mercado adulto. Em 2008, o segmento faturou US$ 4,5 bilhões, ou 15% do mercado total de roupas.
Num momento em que se estudam restrições na publicidade dirigida às crianças, grifes concentram suas estratégias exatamente nesse público. "Há dez anos não valorizávamos a criança como consumidora", diz Dieter Wolsgang Brockhausen, diretor da FIT (Feira Internacional do Setor Infanto Juvenil e Bebê). "Hoje ela é mais autônoma, tem contato social intenso e visualiza as informações mais rápido."
As marcas infantis têm estilos variados. "O que não significa que uma criança já tenha um estilo definido. Suas vontades são resultado de sua interação com o mundo e com o outro. É por esse processo que ela vai, ao longo da vida, optar por uma estética", afirma Marcos Cezar de Freitas, coordenador do programa de pós-graduação em Educação e Saúde na Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"A criança está sendo assediada a comprar mais e mais, criando um hábito que nem sempre é sadio", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do núcleo de cultura e pesquisas do brincar da PUC-SP. "Mesmo que as roupas se enquadrem no mundo de fantasia, a criança não precisa de nada específico para desenvolver sua criatividade: ela pode transformar qualquer pedaço de tecido em uma boa brincadeira", diz Maria Ângela.


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