Novo espaço vende roupinhas bem desenhadas e bem caras

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Hip House aportou há poucas semanas no quarteirão mais discretamente elegante da cidade, onde já estavam os restaurantes Mercearia do Conde e Filipa, o ateliê Petit Retrô e os achados finos da Caixeiro Viajante, entre outras tentações sérias. Sob um slogan que trata de alinhar o conceito "moda, diversão e afins", a loja tenta vender algo além do que vende de fato: roupas bem desenhadas, bem-nascidas e bem caras para crianças cujas mães acreditam em dividir com os filhos a obsessão por marcas.
Dentro, brinquedos na linha artesanal-retrô e livros escolhidos entre os mais lindos editados no país, dão ao ambiente um certo charme cultural. Atrás há uma brinquedoteca, onde as crianças podem ficar enquanto as mães compram, e um ateliê de oficinas de criatividade, para as quais é preciso se inscrever com antecedência. Diferenciais à parte, a loja deixa entrever desde o nome que seu maior apelo são os produtos mirins de marcas festejadas, como Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga e Isabela Capeto. A maioria tem coisas boas por preços nem tanto.
Pena que nem tudo ofereça a graça verdadeiramente infantil das caveirinhas mexicanas de Fraga. Algumas marcas miniaturizam looks adultos; e há peças nas quais o atrativo é a etiqueta, algo que, do ponto de vista dos pequenos, só serve para dar alergia no pescoço. As moças que guardam as araras podiam conter a ansiedade expressa na clássica intimada: "Procura algo em especial?". Quem conseguir driblar para olhar com calma vai achar itens divertidos.Como a bolsinha da Pylones que, se eu tivesse 10 anos, ia torrar minha mãe para comprar.