São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007

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"Customização*"

Quem quer mais cristal?

Do artigo mais sofisticado à mercadoria mais banal, pouca coisa, hoje, escapa da chamada personalização feita com aplicações de pedrinhas brilhantes.

DA REPORTAGEM LOCAL

Telefones celulares, pulseiras, calças jeans, chinelos, puxadores de portas, fones de ouvido e, por que não, toalhas e roupões de banho, todos cravejados de cristais. Até os lustres fizeram seu retorno à decoração de interiores, depois de muitas décadas de esquecimento. Mas será que o mundo não está brilhando demais? Para a gerente de marketing da Swarovski Elements, Carla Assumpção, a diversificação dos produtos cheios de reflexos não é excesso, e sim um movimento estratégico, ao menos no caso da marca austríaca. "Estamos sempre em busca de aplicações inusitadas, para sair mesmo do lugar-comum", diz Carla, 39.
A mania dos brilhos também faz parte de um perfil de consumo detectado pela agência de tendências inglesa Future Lab. ""Glossterity" é o nome dado ao crescimento do uso de materiais brilhantes e metalizados que demonstrem a noção de luxo, como os cristais Swarovski", explica a cientista social Débora Emm, pesquisadora da agência brasileira Voltage. O brilho é um elemento facilmente reconhecível como sinal de riqueza, por isso faz parte de um primeiro momento do consumidor dentro do mercado do luxo. "Os cristais surgem como acessórios de diferenciação perante a massa", diz Débora.
Por outro lado, o estilista Marcelo Sommer lembra que os genéricos de Swarovski vindos da China popularizaram o uso das pedras. "Vivemos mesmo numa cultura do brilho, especialmente no consumo feminino", diz Sommer. Para o estilista, apesar de o cristal ser um clássico, há certo exagero às vezes: "Não dá para todo mundo ter um microfone de Hebe Camargo, cheio de cristais. Também não gosto da aplicação em celulares, por exemplo. Mas tudo isso é questão de bom senso e gosto". (DM)

* Palavras que cansam

CUSTOMIZAÇÃO Até parece que tudo fica melhor com o selo de "customizado". O termo vem do verbo "to customize" (pronuncia- se "customaizi") em inglês, que significa adaptar um produto às necessidades individuais, ao gosto da pessoa. A transformação da customização em negócio data do meio do século passado, quando as oficinas americanas começaram a modificar chassis de carros. Até o velho Ford T chegou a ganhar novos acessórios e lataria pelas mãos de terceiros. Hoje, tênis rabiscados fabricados em série, por exemplo, são descritos como "customizados". O marketing ligado à moda adora a palavra.


onde encontrar
DÖHLER

SAC 0800-643-8800
www.dohler.com.br

GISELLE NASSER

r. Oscar Freire, 232, casa 4, tel. (11) 3082-0315, São Paulo
www.gisellenasser.com.br

HAVAIANAS
SAC (11) 3167-7277, São Paulo, e 0800-707-0566
www.havaianas.com.br

OBISPA
SAC (54) 2102-6000, Bento Gonçalves
www.obispadesign.com.br

SCALA
SAC (11) 6487-2000, São Paulo
www.scalla-semcostura.com.br


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