São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Nina Lemos vai às compras (colunista em campo)

Caça à calcinha

Moça normal que é, a jornalista sofre para encontrar estilos de lingerie além do bege-vovó, do romântico-açucarado ou do descarado-sem-noção

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

Alguém sabe por que existe aquele lacinho pequeno e inútil na frente das calcinhas? Nunca soube e desde que adquiri gosto próprio, passei a arrancar o enfeite das minhas. A boa notícia: já é possível encontrar lingerie que não te deixe com jeito de "debutante ingênua" ou de "perua que vai dar um pulo no motel na hora do almoço."
Saí por São Paulo em busca de lingerie de moça normal, ou seja, meio sexy, bacana e confortável. E de sutiãs (importantíssimo) que possam aparecer por baixo da camiseta. Nesse caso, o bege fica banido.
Se você tem esse gosto de "moça-normal-não-bege", tome cuidado com a loja Verve, sucesso carioca que chegou a São Paulo ano passado. Tive vontade de comprar tudo ao descobrir que não existia nem sequer uma calcinha na loja com o tal lacinho! As estampas são bacanas, como as imitando pele de bicho e as listradas. Importante: nada lá é vendido em "conjuntinho". O legal é comprar a calcinha estampada e o sutiã liso para usar com o que você tem em casa. As cores são ótimas. Lá você encontra até sutiã verde oliva. Barato não é. Os preços vão de R$ 70 a R$ 90.
Em outras lojas, tive dificuldades para fugir dos laçarotes e da proposta sexy demais. Na Thaís Gusmão existe uma profusão de calcinhas, cintas-ligas, sutiãs e corpetes. Alguns são bem fetichistas. E outros estranhos, como a cueca de malha com laço que serve de liga (para ser amarrado na cinta, sacou?). Pergunto à vendedora se quem compra a peça é travesti ou drag queen. São mulheres mesmo. Vai ver eu sou careta.
Outra coisa da qual tento fugir quando o assunto é lingerie: as logomarcas. E está aí o maior defeito que encontro nas calcinhas da Calvin Klein. Não acho bacana fazer propaganda em partes tão íntimas do meu corpo. Mas se você procurar na loja da marca, encontra peças com o logo bem pequeno, como uma calcinha rosa meio grande e outra estampada, de malhas ótimas e preço OK (R$ 39).
Mas o melhor mesmo são os sutiãs.Lembrei que comprei em uma liquidação um de renda meia-taça com arame (dá uma levantada no peito discreta), fica lindo sob a camiseta e sem a camiseta. Não. Verdade seja dita: comprei três. Um lilás em uma temporada. E outro lilás igual e um cinza em outra liquidação. E caí, de novo, em tentação. "Moça, será que ainda tem aquele sutiã de coleções passadas?" Tinha. Ela abriu uma gaveta secreta no canto da loja (se for lá, peça para abrirem o baú de descontos). E lá estava meu sutiã preferido. Não resisti. Agora sou a proprietária de três sutiãs idênticos e da mesma cor: lilás. Aproveitei e levei outro, azul, por R$ 19. Mulher é louca. Por pechincha.


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