São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

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MARIA INÊS DOLCI [defesa do consumidor]

Protocolo ambiental do consumidor


Não podemos esperar muito de grandes potências, mas individualmente podemos fazer bastante coisa


ALÔ, CONSUMIDOR , consumidora. É muito provável que você acompanhe as discussões em torno de um novo pacto ambiental mundial. Para debater isso, 192 países se reunirão em Copenhague, Dinamarca, de 7 a 18 de dezembro, na conferência da ONU sobre o clima.
Também já deve ter percebido que dois megapaíses, Estados Unidos e China, definirão se repetiremos o protocolo de Kyoto -aquele falido desde sua promulgação, por não ter sido assinado pelos norte-americanos- ou se teremos uma chance real de reduzir as emissões de carbono.
Por que trato disso aqui, no espaço do consumidor? Porque não podemos esperar muito de grandes potências. Lamentavelmente, não há nada de positivo na atuação dos líderes do G2, Estados Unidos e China, duopólio que vem mandando no mundo, em relação ao ambiente.
Mas há muito que nós podemos fazer, individualmente, na família, no condomínio do prédio, no trabalho, no lazer. Pode parecer pequena a campanha pela substituição dos saquinhos plásticos por sacolas de tecido, nas compras de supermercado. Não é, e deve provocar grande impacto, já que as sacolas de plástico levam centenas de anos para desaparecer totalmente.
Enquanto o plástico biodegradável de verdade não é desenvolvido, podemos usar caixas de papelão para acondicionar as compras, ou sacolas de lona iguais àquelas que usávamos na feira. As de tecido também podem ser levadas nas compras de roupas e outros produtos.
Quase 10% de todo o lixo, no Brasil, é constituído por saquinhos plásticos. Essa praga se deposita em bueiros, bocas de lobo e córregos, contribuindo para os alagamentos de casas e ruas.
Além disso, tartarugas e peixes morrem ao engolir esse material, que confundem com alimentos naturais, como águas-vivas.
A produção dessas sacolas consome energia e água, outra implicação ambiental. Então, vamos reduzir drasticamente o uso desse item, trocando-o por opções limpas.
Devemos economizar na hora do banho e da higiene pessoal, na limpeza doméstica, na lavagem de roupa e da casa. Por favor, varra as calçadas em lugar de usar mangueira, prática que consome quase 300 litros de água em apenas 15 minutos.
Não vamos deixar luzes ligadas sem necessidade. Desligue luzes de "stand-by" (controle remoto de TV, computador, aparelhos de DVD e de som). Separe o óleo de cozinha para reutilização, recicle o lixo, em casa e no trabalho.
Vamos adotar a carona solidária, e manter o carro regulado, com os pneus calibrados.
E, nesta época de férias de verão, lembre-se de não sujar praias, cidades serranas e fazendas. Esse é o nosso protocolo ambiental, que não depende nem de Barack Obama, nem de Hu Jintao.


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