São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

Próximo Texto | Índice

O teste da sensibilidade

A Folha avaliou modelos da última geração de supercelulares com tela touchscreen; todo mundo quer ter um

RENATO ESSENFELDER
DA REDAÇÃO

Só 8,6% dos brasileiros têm celular com teclado qwerty físico (cada tecla é uma letra) e/ou touchscreen (tela sensível ao toque). Mas, se depender dos consumidores, o índice crescerá rapidamente. Nenhuma outra característica é tão cobiçada num aparelho de telefonia móvel quanto essas.
Pesquisa da consultoria TNS em 32 países diz que 23% dos brasileiros planejam, na próxima troca de celular, adotar um com essas tecnologias.
Sim, o smartphone (celular com funções de computador) pegou. E a bola da vez é a tela sensível ao toque. "Todos os fabricantes já têm ou preparam alternativas ao iPhone, com tecnologia touchscreen", diz a analista Tina Teng, da consultoria americana iSuppli.
Não é só o apelo emocional, de inovação, que mobiliza consumidores. "Por trás há uma base muito importante, que é a de simplificação. O touchscreen traz o apelo de convergir várias ferramentas sem muita complicação", avalia Lucas Pestalozzi, diretor da TNS.
As projeções impressionam: até 2013, 50% das telas devem ser sensíveis ao toque. As vendas de smartphones neste ano devem crescer 11%, num cenário de encolhimento do mercado de celular, em razão da crise.
O resultado da oferta massificada pode ser a indiferenciação. Touchscreen é tudo igual?
Não. Mas, à semelhança das câmeras digitais, caminha-se para algo assim. Em aparelhos que saem quase de graça nos (caros) planos pós-pagos já é possível acessar e-mail, visualizar anexos, navegar por sites, enfim, o feijão-com-arroz.
Nos modelos top de linha, que chegam a custar R$ 3.000, o pacote é preenchido com telas cristalinas, recursos ativados por voz e outros mimos.
Mas o grande desafio da indústria agora não é aumentar a já vasta quantidade de recursos, diz Pestalozzi. "A onda agora é começar a digerir esse conteúdo para apresentá-lo de forma inteligente e estratégica."

Teste
A Folha testou por três semanas oito smartphones com tela sensível ao toque e acesso à banda larga móvel (3G).
Foram avaliados facilidade de acessar e configurar as principais funções de cada celular, desempenho na execução de aplicativos, bateria, aquecimento, iluminação da tela, som, conectividade e facilidade de transferência de dados.
Há aparelhos mais ou menos adequados a cada tipo de usuário. No comparativo, cada um mostrou pontos fortes e fracos. Para evitar frustração, cabe ao comprador saber como e para que usará seu supercelular.
Parece incrível, mas o manjado iPhone, agora na versão 3G, segue como a melhor opção para quem não quer se complicar. Elegante, amigável, tem a tela mais sensível de todas.
Só que em nome da interface simples e intuitiva, o aparelho sacrifica a produtividade. Sem ajustes e programas extras é impossível editar documentos e acessar sites com animações. Mais: sua bateria não é das mais duráveis, e o sistema bluetooth é quase inútil.


Próximo Texto: Um 'Smart' para cada perfil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.