CINEMA

Extermínio 2

Seqüência de terror inglês mantém clima tenso

Christian Petermann

Os criadores do filme original, o cineasta Danny Boyle e o roteirista Alex Garland, entram aqui apenas como co-produtores, mas "Extermínio 2" é uma continuação digna do exercício de terror proposto pelo longa original.

Dirigida e co-escrita pelo espanhol Juan Carlos Fresnadillo, a obra não poupa o espectador. O vírus que dizimou Londres no primeiro filme, transformando as vítimas em ágeis predadores, alastra-se de forma mais intensa.

Nem mesmo a intervenção do Exército americano conduz o roteiro à previsibilidade. O que se vê é uma sucessão de cenas bem construídas e filmadas, de tensão e suges tão extremas. Inúmeras situações ocorrem no completo breu ou em meio ao mais insano caos, outras são inusitadas, como a decapitação de inúmeros zumbis pelas hélices de um helicóptero.

O clima de desespero é intensificado pela fotografia de Enrique Chediak ("Turistas") e pela trilha ensurdecedora de John Murphy. Ao lado do recente "Abismo do Medo", este terror coloca a Inglaterra lado a lado com o Oriente na ponta da produção no gênero. Pena que a presença do ator Robert Carlyle ("Trainspotting") signifique, no final das contas, a única idéia francamente ridícula do filme.