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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 3 A 9 DE AGOSTO DE 2007

 

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CINEMA

A Comédia do Poder

Suspense expõe corrupção do alto escalão

Sérgio Rizzo

A investigação de um escândalo financeiro na esfera de uma agência governamental faz de "A Comédia do Poder" um filme político de estirpe clássica. A maneira peculiar de conduzir essa trama, no entanto, contribui para distanciá-lo um pouco das coordenadas habituais do gênero e, assim, transformá-lo em pequeno estudo sobre o modo plano com que suspenses políticos costumam tratar de desvios da sociedade, criando no espectador a sensação de que a própria denúncia se encarrega de pôr ordem nas coisas e fazer justiça.

Não é isso o que se observa no universo bem mais ambíguo criado pelo diretor e roteirista francês Claude Chabrol ("A Teia de Chocolate", "A Dama de Honra"). Para começar, não há exatamente heróis de um lado e vilões do outro. O que existe são pilantras que direcionam para contas particulares verbas destinadas a adoçar funcionários de governos estrangeiros, de acordo com engenharia inspirada em episódio verídico ocorrido na França. Dinheiro difícil de controlar, fácil de desviar.

No início, a condenação moral parece recair sobre os responsáveis por esse esquema de desmontagem complicada. A justiça é representada por uma juíza (Isabelle Huppert, em seu quinto longa-metragem com Chabrol) que consegue mandar para a cadeia o presidente da agência e ameaça fechar o cerco sobre os demais. A partir desse ponto, relativamente convencional, tudo passa a ficar nebuloso. Estaria a juíza mantendo relações condenáveis com envolvidos no escândalo e adotando procedimentos discutíveis? A teia de corrupção alcançaria andares mais altos? E a sociedade, o que pensa disso?

Como se não bastassem as incógnitas em torno do caso, outros dramas, como o conjugal, protagonizado também pelo marido da juíza (Robin Renucci), conduzem a bifurcações insuspeitas, em mundo cinzento onde não se encontram explicações fáceis sobre a política e a vida.
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