CINEMA

As Leis de Família

Burman dosa drama com pitadas de humor

Sandro Macedo

O diretor Daniel Burman é um dos responsáveis pelo fortalecimento do cinema argentino neste começo de século. Sem ser açucarado, como Juan José Campanella ("O Filho da Noiva"), ou árido, como Lucrecia Martel ("Menina Santa"), Burman é um dos cineastas que melhor traduz as agruras de pessoas comuns, atingidas pela crise econômica que abateu o país.

"As Leis de Família" é seu terceiro filme em torno de um personagem chamado Ariel -os outros foram "Esperando o Messias" e "O Abraço Partido". E, como nas outras vezes, Ariel é interpretado pelo ator Daniel Hendler.

Aqui, acompanhamos a trajetória do jovem advogado Ariel Perelman, que exerce a profissão do pai, a quem ele critica pelo estilo simples de tocar a vida.

No fundo, o angustiado Perelman, o filho, deseja ter a paz de espírito e autoconfiança do genitor, mas teme pelo futuro. Sua crise de identidade ganha novos contornos após o casamento com a mulher de seus sonhos e o nascimento do primeiro filho.

Com mais uma ótima atuação de Hendler, Burman constrói um bom drama em torno do relacionamento pai/filho, com pitadas de humor.