CINEMA

Sinédoque, Nova York

Kaufman ousa em estreia na direção

Alessandro Giannini

Depois de consolidar carreira como roteirista em filmes como "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" e "Adaptação", Charlie Kaufman faz a transição para a direção com "Sinédoque, Nova York", e aproveita para ousar onde os cineastas que dirigiram seus roteiros o podaram.

O tema continua sendo o mesmo. O homem, a mente e a vida. O personagem se chama Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman), diretor de teatro nova-iorquino que reúne todos os maneirismos possíveis.

Sua história é acompanhada dos 40 até os 80 anos. E Kaufman o faz sob sua pers pectiva preferida: a de uma visão subjetiva e introspectiva. O que produz situações absurdas, e muitas vezes incompreensíveis, como reunir em um só local -um grande palco de teatro que representa o espaço da vida- todas as pessoas que passaram pela sua existência em diferentes fases.

Se Kaufman se excede ao testar os limites, ao menos o faz conscientemente, com o intuito claro de exigir uma participação ativa do espectador. O título também faz parte dessa equação. Mas é o que é: apenas um título.

Não recomendado para menores de 16 anos.