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DE 20 A 26 DE FEVEREIRO DE 2009 |
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CINEMAMilk - A Voz da Igualdade / Oscar 2009 Van Sant recria luta contra a intolerânciaSérgio Rizzo A presença de Sean Penn no elenco e as oito indicações ao Oscar -inclusive para melhor filme, ator e direção- talvez sugiram ao espectador que "Milk - A Voz da Igualdade" seja uma superprodução hollywoodiana, característica de uma suposta predisposição da indústria cinematográfica norte-americana a tratar de assuntos mais polêmicos.Ainda que a realização do filme se insira na recente onda liberal que se contrapôs ao conservadorismo da era George W. Bush nos EUA, parece mais razoável encará-lo como um produto de guerrilha, orçado em US$ 15 milhões (valor quase irrisório para os padrões norte-americanos, sobretudo para uma reconstituição de época) e distribuído em pequena escala apenas nas maiores cidades do país. O diretor Gus van Sant ("Elefante", "Paranoid Park") e o roteirista Dustin Lance Black reconstituem a última década na vida de Harvey Milk (Penn), que se assumiu publicamente como homossexual aos 40 anos, depois de se mudar na companhia do namorado (James Franco) de Nova York para San Francisco, no início dos anos 70. Ao se estabelecer em Castro, bairro onde se aglutinou a militância gay da cidade, ele se aproximou da política e saiu candidato a supervisor (espécie de vereador distrital). As batalhas travadas por Milk contra a intolerância e o preconceito se deram há cerca de 30 anos, e o filme as recria com a reverência carinhosa de quem as considera um marco. Contar a sua história nos estertores da era Bush também serviu a Van Sant para objetivos políticos -e colher os frutos da visibilidade oferecida pelo Oscar é algo de que o próprio Milk se orgulharia. Não recomendado para menores de 16 anos. |
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