CINEMA

Brasileiros

Seleção inclui jovens talentos e veteranos

Ricardo Calil

Na seleção brasileira do Festival de Curtas, há dois caminhos básicos a seguir: assistir ao trabalho de nomes já consagrados em longas-metragens, à frente ou atrás das câmeras, ou apostar em novos talentos que só circularam até aqui na seara do formato curto.

No primeiro grupo, está "Blackout" (Mostra Brasil 1), estréia na direção de Daniel Rezende (montador de "Cidade de Deus"), que traz Wagner Moura como um suplente de deputado que vai fumar um baseado com um assessor parlamentar quando ocorre uma pane de luz na Assembléia Legislativa.

Ou "Rummikub" (Mostra Brasil 2), que marca a volta de Jorge Furtado ("O Homem que Copiava") ao curta e se baseia livremente em "Romeu e Julieta", ao contar a história de um amor que nasce em meio a uma disputa entre as famílias do jogo que dá nome ao filme.

No segundo grupo, o dos iniciantes, estão curtas que merecem atenção especial, como "Vestida" (Mostra Brasil 4), de Juliana Rojas (co-diretora do excepcional "Um Ramo"), "A Tal Guerreira" (Panorama Paulista 1), de Marcelo Caetano, sobre uma comunidade de umbanda e candomblé que tem Clara Nunes como guia espiritual, "Relicário" (Panorama Paulista 1), de Rafael Gomes (um dos diretores do fenômeno "Tapa na Pantera"), e o essencial "Ocidente" (Mostra Brasil 10), do crítico Leonardo Sette.

Os dois caminhos não são excludentes. Mas, em geral, os trabalhos mais interessantes pertencem ao segundo, e têm um sentido de revelação difícil de ser encontrado no primeiro.