CINEMA

Um Crime Americano

História verídica se torna jogo sádico

Alessandro Giannini

Inspirado em fatos reais, "Um Crime Americano" conta a história de um horror. Em meados dos anos 1960, a passadeira Gertrude Baniszevski (Catherine Keener) aceita cuidar de duas irmãs, Sylvia (Ellen Page) e Jennie Likens, em troca de 20 dólares por semana.

Com seis filhos e um histórico de depressão profunda, Gertrude começa a colocar na conta de Sylvia todos os problemas de sua família, especialmente os rumores sobre a gravidez indesejada de uma das filhas.

Os castigos vão se intensificando até que a mulher joga a menina no porão da casa e permite que todos (até mesmo vizinhos e visitantes) façam com ela o que quiserem.

O diretor e co-roteirista Tommy O'Haver transforma o horror em um show de sadismo, como se não bastassem os fatos para mostrar do que o ser humano é capaz.

Não tenta entender como uma mãe e seus filhos foram capazes de seviciar até o limite uma menina de 16 anos. E nem ao menos tenta ir além da tragédia que se anuncia bem cedo na narrativa.

A certa altura, apenas se lança em um jogo de gato e rato com o espectador. E trapaceia feio.

Não recomendado para menores de 16 anos.