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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 23 A 29 DE NOVEMBRO DE 2007

 

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CINEMA

Viagem a Darjeeling

Humor de Anderson se integra à dramaturgia

Sérgio Rizzo

Assim como em "Os Excêntricos Tenenbaums" (01) e "A Vida Marinha com Steve Zissou" (04), os filmes anteriores do diretor e roteirista norte-americano Wes Anderson, há uma família com um bocado de amor para dar -comprometido, no entanto, pelo tempo, pela distância e por diferenças pessoais- em "Viagem a Darjeeling". Agora, como indício de maturidade, as piadas e boas soluções visuais se integram melhor à dramaturgia, em vez de querer jogá-la para segundo plano.

Algum tempo depois da morte do pai, três irmãos norte-americanos se reencontram na Índia para uma jornada cujo objetivo, no início, é envolto em mistério. O mais velho (Owen Wilson) foi quem planejou a aventura fraternal e, de acordo com o papel que sempre assumiu na família, procura tomar conta do irmão do meio (Adrien Brody), que está prestes a se tornar pai, e do caçula (Jason Schwartzman), que vive um relacionamento turbulento.

Enquanto viajam, os três se reaproximam afetivamente, mas também revivem tudo o que contribuiu para mantê-los afastados. A Índia não está ali por acaso: a espiritualidade do cenário interage de maneira suave e bem-humorada com a personalidade dos três e com a sua busca desajeitada por uma paz interior, que talvez nenhum deles, no fundo, queira (ou possa) atingir. As malas enormes e vistosas que carregam são também simbólicas e adquirem importância ao final.

Escrito por Anderson, Schwartzman e Roman Coppola (filho de Francis e irmão mais velho de Sofia), "Viagem a Darjeeling" tem o andamento tortuoso de quem parece ir a lugar nenhum, característico do diretor, mas que soa apropriado para dar conta de personagens errantes e imperfeitos em um mundo cuja lógica só pode estar em outra dimensão.
Capa

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