CINEMA

3 Macacos

Diretor traz olhar visceral sobre a Turquia

Sérgio Rizzo

O cinema turco só alcançou recentemente o circuito comercial brasileiro com os filmes de Fatih Akin ("Contra a Parede", "Do Outro Lado"), radicado na Alemanha, mas dedicado às relações entre as duas culturas.

Com "3 Macacos", quinto longa de Nuri Bilge Ceylan, chega ao público brasileiro uma abordagem mais radical, tanto no olhar visceral e atormentado para a Turquia quanto no rigor formal, que proporciona experiência estética talvez árida para espectadores habituados ao cinema narrativo convencional.

Prêmio de melhor direção no Festival de Cannes em 2008, o filme foi exibido na recente Mostra Internacional de São Paulo -que, em edições an teriores, trouxe outros dois longas de Ceylan, "Distante" (2003, também premiado em Cannes) e "Climas" (2006), discretamente lançado em São Paulo no ano passado.

Um acidente de carro, na sequência de abertura, dispara uma cadeia de acontecimentos que altera a vida do diligente motorista (Yavuz Bingöl, cantor popular na Turquia), de um aspirante a político (Ercan Kesal), de sua mulher (Hatice Aslan) e de seu filho (Ahmet Sungar).

Como a imagem do título sugere, todos fingem não ver e não ouvir o que ocorre; tampouco falam muito. Não pode dar boa coisa.

Classificação indicativa não informada.