CINEMA

O Cinema de Chantal Akerman

Cineasta belga ganha retrospectiva no CCBB

Ricardo Calil

Considerada por muitos críticos uma das diretoras mais importantes da atualidade, a belga Chantal Akerman é praticamente desconhecida no Brasil. Essa injustiça começa a ser corrigida a partir de quarta-feira (4/3) com a mostra O Cinema de Chantal Akerman, no Centro Cultural Banco do Brasil, que exibirá 20 filmes da cineasta.

Judia, descendente de poloneses refugiados na Bélgica, Akerman construiu uma obra singular, que trafega entre a ficção e o documentário, o experimental e o narrativo; privilegia questões femininas, políticas e de identidade, carrega traços autobiográficos e é marcada pelo rigor formal de planos longos e enquadramentos cuidadosos.

Uma boa introdução ao seu trabalho é "Chantal Akerman por Chantal Akerman" (1996), que abre a mostra, no qual a diretora repensa sua trajetória. Outro filme essencial é "Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles" (1975), descrito pelo "The New York Times" como "a primeira obra-prima do feminino na história do cinema".

"Do Leste" (1993), em que ela retorna à região de origem de seus pais, é um belo representante de sua faceta mais íntima, enquanto "Do Outro Lado" (2002), que trata da imigração mexicana para os Estados Unidos, reflete suas preocupações políticas.