O ROTEIRO MAIS COMPLETO DE SÃO PAULO |
DE 27 DE JUNHO A 03 DE JULHO DE 2008 |
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CINEMAWall-E Com animação ousada, Pixar acerta de novoRicardo Calil Na forma e no conteúdo, "Wall-E" é o longa-metragem mais ousado da Pixar. Em um universo de animações verborrágicas, que usam as vozes de grandes estrelas como chamariz publicitário, a produtora oferece um filme praticamente mudo, com apenas dez ou 15 minutos de diálogos em seus 97 de duração, cujas principais referências são o cinema de Charles Chaplin e Buster Keaton.E, em um movimento paradoxal (já que foi recentemente adquirida pela gigante Disney), a Pixar faz sua mais contundente crítica às grandes corporações, à sociedade de consumo e ao lixo que ela produz. No futuro distante, quando os humanos abandonaram a Terra, o antiquado e solitário robô Wall-E passa os dias limpando os destroços deixados para trás pela megacorporação Buy N Large, que dominava o mundo. Até que a avançada robozinha Eva surge do espaço para procurar sinais de vida no planeta e desperta a paixão de Wall-E, sentimento que ele aprendeu assistindo ao musical "Alô, Dolly!" (1969). Quando encontra uma muda de planta, Eva decide ir embora, e Wall-E a segue até uma gigantesca nave espacial que abriga os sobreviventes da raça humana, pessoas obesas que vivem comendo junk food sentadas em poltronas voadoras -uma das mais assustadoras visões do futuro humano já criadas pelo cinema. Dirigido por Andrew Stanton, "Wall-E" talvez não tenha a mesma perfeição na carpintaria do roteiro e no timing cômico e dramático de "Toy Story" (1995) e "Procurando Nemo" (2003). Mas é o mais forte longa da Pixar desde este último, superior a "Carros" (2006) e "Ratatouille" (2007) tanto pelos assombrosos avanços técnicos quanto pelo desejo de não se conformar em oferecer apenas o que o público supostamente quer. Incrível, mas a Pixar acertou mais uma vez. Censura: livre. |
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