CINEMA

Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague

O frescor do cinema sob o olhar de dois mestres

Fernando Masini

ESTREIA

O ano de 1959 foi marcante para o cinema francês. É o momento em que o jovem intrépido François Truffaut leva a Cannes seu filme de estreia, "Os Incompreendidos". A história de um pequeno encrenqueiro que zomba das instituições morais é recebida com relutância por parte do público, mas com entusiasmo pelos críticos mais arrojados.

A première do longa é um dos registros do documentário "Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague", que estreia hoje (dia 28). Após ver a coroação do parceiro como pioneiro da nouvelle vague, Godard decide apressar as filmagens de "Acossado" para não ficar de fora dessa virada histórica, que renovou o panorama cinematográfico mundo afora.

Ambos foram críticos ferozes, dividiram assentos em cineclubes e saíram às ruas em 1968 contra a demissão do então diretor da Cinemateca Francesa, Henri Langlois.

E, por questões políticas, num mundo em ebulição, afastaram-se. Truffaut foi acusado pelo amigo de ser um "cineasta burguês". Godard embrenhou-se em obras engajadas e foi achincalhado pelo antigo parceiro.

No documentário, o diretor Emmanuel Laurent estabelece um paralelo entre as trajetórias desses dois mestres do cinema, que se amaram e se odiaram com o mesmo ímpeto.

Não recomendado para menores de 14 anos.