CINEMA

A Oitava Cor do Arco-Íris

Chega às telas primeiro longa de Mato Grosso

Christian Petermann

A aventura dramática infanto-juvenil "A Oitava Cor do Arco-Íris", do paranaense Amauri Tangará, marca um feito histórico: depois de muita luta na produção e da espera de dois anos para estrear em São Paulo, chega o primeiro longa inteiramente produzido em Mato Grosso. Esse ineditismo não deve, porém, permitir a condescendência. O filme só se justifica se visto por um prisma de absoluta ingenuidade.

Joãozinho, órfão de pais, sai de sua pequena cidade e empreende uma longa viagem até Cuiabá para vender a cabrita Pretinha e, com o dinheiro, comprar remédios para a avó. O roteiro é mínimo e os diálogos, muitas vezes, improvisados e repetitivos. Tangará, estreando no formato longa, ausenta-se na condução de atores -poucos estão bem. Além disso, na ânsia de fazer turismo audiovisual e de mostrar artistas da região, o filme se prolonga em cenas desnecessárias.

Essa falha é desfavorável em especial ao público mais novo, que poderá não ter paciência com um filme, mesmo curto, contemplativo. É nítido que Tangará acredita no que está fazendo, a questão é ver como sensibilidades cosmopolitas reagirão a essa viagem naïf.