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Arrigo Barnabé

Vanguardista reverencia a angústia de Lupicínio

Carlos Calado

Quem imaginaria que Arrigo Barnabé, o erudito vanguardista que agitou o cenário da música popular brasileira, no final dos anos 70, com sua inovadora ópera-rock "Clara Crocodilo", poderia reverenciar os tradicionais sambas-canções de Lupicínio Rodrigues (1914-1974), o mestre da dor de cotovelo?

"Não acredito em nada que não tenha angústia. Isso é, talvez, o que mais me atrai nas canções de Lupicínio", justifica Arrigo, acrescentando também a raiva e o humor sarcástico presentes na obra do compositor gaúcho como elementos que contribuíram para seu interesse por ela.

No repertório das seis apre sentações que Arrigo faz a partir de hoje (dia 3) no palco intimista da Casa de Francisco, ao lado de Paulo Braga (piano) e Sérgio Espíndola (baixo e guitarra), brilham pérolas menos conhecidas de Lupicínio, como "Aves Daninhas", "A Rainha do Show" e "Caixa de Ódio". Mas não faltam sucessos como "Nervos de Aço", "Nunca" ou "Se Acaso Você Chegasse". Até o fechamento desta edição ainda havia ingressos disponíveis para todas as noites.

Casa de Francisca - r. José Maria Lisboa, 190, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3052-0547. 44 lugares. Sex. e sáb.: 22h30. Dom.: 21h (próximos shows: 24 a 26/7). 60 min. Não recomendado para menores de 18 anos. Couv. art.: R$ 26. c r t n m