TEATRO

My Fair Lady

Musical milionário debuta no teatro Alfa

Pedro Ivo Dubra

Os musicais milionários que pipocam em São Paulo não são exclusividade da empresa CIE Brasil, que acostumou a cidade a ver de tempos em tempos franquias da Broadway. Ex-funcionário da corporação, o diretor Jorge Takla, 55, estréia no teatro Alfa hoje (dia 9), com produção "independente", "My Fair Lady".

"Agora, estou sozinho, não tenho a CIE atrás de mim. É uma responsabilidade artística grande, pois é uma criação nova. Acho que é mais prazeroso, mais rico, mas também é mais doloroso", afirma o encenador. A equipe criativa de "My Fair Lady" não foi supervisionada por estrangeiros, a exemplo do que aconteceu com "O Fantasma da Ópera".

Esperam-se menos pirotecnia e mais força dramatúrgica da obra derivada de "Pigmaleão", do gênio irlandês Bernard Shaw, com adaptação e letras de Alan Jay Lerner. As versões das canções foram feitas por Cláudio Botelho. Assina a direção musical Luis Gustavo Petri.

Na obra, que estreou em 1956 e que transcorre em Londres, um professor de fonética aposta com um amigo que consegue fazer de uma grosseira vendedora de flores uma "lady".

Nascido no Líbano, Jorge Takla diz que viu o musical pela primeira vez em Londres, nos anos 60, e que depois assistiu a várias remontagens. Afirma que pensava em encená-lo desde 1995. Chegou a comprar os direitos autorais, levantou patrocínio, mas teve dificuldades quando resolveu escolher o elenco.

Ele estréia a peça tendo como protagonistas Amanda Acosta (ex-Trem da Alegria) e Daniel Boaventura (que já trabalhou para a CIE Brasil). O espetáculo, com 60 pessoas em cena, está orçado em R$ 12 milhões (R$ 4 milhões para a estréia, R$ 8 milhões para a manutenção da temporada).

Alfa - sala A (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel. 5693-4000). 1.122 lugares. Qui. e sex.: 21h. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 16h e 20h. Até 21/10. 160 min. 8 anos. Ingr.: R$ 40 a R$ 185. CC: AE, D, M e V. Valet (R$ 14). Ingr. p/ tel. 2163-2000. A D T