TEATRO

Sizwe Banzi Est Mort

Brook volta à África em terceira peça em SP

Pedro Ivo Dubra

A África constituiu um marco na obra do encenador inglês Peter Brook, 81. Entre 1972 e 73, durante três meses, ele percorreu cerca de 15 mil quilômetros do continente e ali descobriu que era possível montar Shakespeare apenas com um tapete e um grupo de atores. O impacto africano ainda hoje reverbera, como prova "Sizwe Banzi Est Mort" (Sizwe Banzi está morto), terceira montagem sua a vir a São Paulo -a primeira foi "A Tragédia de Hamlet", em 2002. A venda de ingressos, que podem ser comprados em qualquer unidade do Sesc, começa hoje (dia 25).

O espetáculo, que participou do Festival de Avignon em julho deste ano, faz quatro sessões no Sesc Consolação na terça-feira (dia 29) e na quinta (dia 31). A peça, com diálogos em francês, terá a projeção de legendas.

Em 2004, o diretor radicado na França, para alguns o mais importante vivo, veio ao Brasil e trouxe à cidade "Tierno Bokar" -desta vez, Brook não visitará o país. Na criação de dois anos atrás, o tema também tinha inspiração africana: abordava-se a figura do sábio do Mali que dava nome ao espetáculo.

"Sizwe Banzi Est Mort" é um texto escrito por Athol Fugard, John Kani e Winston Ntshona nos anos 70 e encenado nos guetos sul-africanos durante o apartheid. Mostra o drama do personagem do título que, para conseguir um passaporte válido, precisa ser considerado oficialmente morto. A adaptação da obra para o francês foi feita por Marie-Hélène Estienne. A montagem é encampada por dois atores do elenco multiétnico de Peter Brook: o malinês Habib Dembélé (que atuou em "Hamlet" e em "Tierno Bokar") e o congolês Pitcho Womba Konga ("Tierno Bokar").

Sesc Consolação - teatro Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, região central, tel. 3234-3000). 320 lugares. Ter. e qui.: 19h e 21h. Únicas apresentações. 70 min. 12 anos. Ingr.: R$ 10 a R$ 20.A D