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15/04/2012 - 08h58

Livro revela galeria de arte de rua no subterrâneo de NY

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FRANCISCO QUINTEIRO PIRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NY

Em nome de uma "arte pura", Pac arriscou a própria vida e a de 103 artistas. Grafiteiro norte-americano, ele idealizou The Underbelly Project, uma galeria de arte subterrânea em Nova York. Criada entre 2009 e 2010 em uma estação de metrô desativada do Brooklyn, ela nunca esteve aberta para o público.

Veja galeria de fotos do "The Underbelly Project"

Guiados por Pac, os artistas desceram ao "umbigo da cidade" para partilhar um objetivo. "Ali os nossos esforços se tornavam iguais, apesar do nosso pedigree diferente no mercado", segundo Pac.

"O projeto tem uma irresponsabilidade associada com o elemento efêmero da arte de rua original, hoje em dia não mais encontrado em galerias e museus", afirma.

Agora Pac revela em detalhes a transgressão secreta com o lançamento de "We Own the Night - The Art of the Underbelly Project" (Rizzoli, 240 págs., US$ 30, cerca de R$ 54, na Amazon.com).

"Temos a esperança de que o leitor possa imaginar melhor a criação de um projeto que enriquece a experiência cultural de Nova York."

Divulgação
Foto do The Underbelly Project, galeria em estação de metrô abandonada em Nova York
Foto do The Underbelly Project, galeria em estação de metrô abandonada em Nova York

Embora românticas, as visitas à estação são ilegais. Com a segurança reforçada para evitar ataques terroristas, a atividade subterrânea prolongada poderia ter causado sérios problemas.

Para os participantes, porém, essa rebeldia simbolizou um retorno à idade dourada do grafite nova-iorquino, entre os anos 1970 e 1980, quando túneis e carros do metrô viraram vitrines para adolescentes com latas de spray.

Abandonado há 80 anos, o espaço acumula mais de cinco centímetros de sujeira. É pontilhado por buracos que se transformam em armadilhas sob a escuridão. Tem paredes marcadas pelo esgoto que escorre ininterrupto.

"We Own the Night" reúne cerca de 200 imagens das obras de artistas de diferentes países. Claudio Ethos representa o Brasil. "As regras para participar eram simples: 'Sigam as nossas instruções e fiquem calados'", conta.

Pac calcula ter passado pelo menos 350 horas no subsolo. Os artistas demoraram de duas a 11 horas para completar os trabalhos, na maioria feitos nas paredes. Alguns desceram mais de uma vez.

Todos receberam treinamento para reagir em caso de emergência. "Houve vários acidentes, mas nenhum grave. As lesões eram iguais às de quem anda por um espaço mergulhado em trevas."

A segunda etapa do projeto foi concluída há dois meses, em Paris. Enquanto procura uma nova galeria, Pac faz visitas periódicas à estação do Brooklyn, apesar de a polícia ter prendido dois invasores recentemente. "Volto porque sinto saudade."

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