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Marcelo Rosenbaum leva economia criativa à SPFW
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IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO
O arquiteto Marcelo Rosenbaum, que participa do quadro Lar Doce Lar do programa "Caldeirão do Huck", está por toda parte na São Paulo Fashion Week.
Não que ele tenha largado a prancheta e as réguas e assumido a linha e a costura --todo o pavilhão da Bienal, onde ocorre o evento, está decorado com objetos do projeto A Gente Transforma, concebido por Rosenbaum.
Na segunda edição do projeto, após realizar mudanças na favela Parque Santo Antônio, em São Paulo, Rosenbaum foi a Várzea Queimada, pequena comunidade de 900 pessoas no Piauí.
De lá, saiu com objetos produzidos pelos moradores, como cestos de palha de carnaúba e artefatos feitos a partir de borracha de pneu de caminhão, direto para Milão, centro de referência em design e decoração.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
Marcelo Rosenbaum na SPFW |
Antes, porém, levou equipe de 47 pessoas, composta por estudantes de arquitetura e design, dois professores de arquitetura, dois designers portugueses, uma designer de joias do Piauí, fotógrafo, cinegrafista e um assistente social, para capacitar os moradores.
"Olhamos o mapa e vimos as áreas com os menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) e encontramos uma região no Piauí, na Chapada do Arararipe", conta à Folha Rosenbaum.
"A gente queria uma comunidade que estivesse bem crua, mas que tivesse potencial de visão de artesanato. Que tivesse uma organização, mas não estivesse inserido no mercado", continua.
Organizados em uma espécie de cooperativa, os artesãos recebem todo o dinheiro da venda dos objetos, que incluem cestos, tapetes e joias.
SPFW
Um dos temas em voga na São Paulo Fashion Week é a economia criativa, na qual o projeto A Gente Transforma.
"O Brasil não é um país, é um continente, há milhões de oportunidades iguais a de Várzea Queimada", diz Rosenbaum. "É muito simples, só precisa de um empurrão."
Outro que aderiu à economia criativa foi o estilista Ronaldo Fraga, que levou para seu desfile biojoias produzidas no sudeste do Estado do Pará, tema de seu desfile.
Fraga também apresentou o material que chamou de "energia líquida", que brilhava nas roupas.
"É um material que vai mudar a nossa vida e a vida de comunidades inteiras na Amazônia. Uma folha dessa energia líquida pode suprir a necessidade energética de uma casa toda na Amazônia", afirmou à Folha.
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