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Teixeira de Manaus recebe homenagem e encerra carreira em festival de jazz
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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
O saxofonista amazonense Teixeira de Manaus, criador do "beiradão" --estilo de música instrumental da Amazônia, que mistura jazz, forró e ritmos caribenhos com pequenos refrões-- será homenageado nesta sexta-feira (27) na 7ª edição do Festival Amazonas Jazz, no Teatro Amazonas, em Manaus.
Teixeira de Manaus, 67, anunciou que o show será o último da carreira de 40 anos.
O músico despontou no mercado nacional no final dos anos 70, quando o amigo paraense Pinduca, mestre do carimbó, o convidou para gravar um disco na gravadora Copacabana, em São Paulo. Em 1983, Teixeira ganhou um Disco de Ouro.
No verão daquele ano, a música do "beiradão" chegou a diversos países, como Portugal, França, Alemanha e Estados Unidos. No Amazonas, Teixeira vendeu mais discos do que o cantor Roberto Carlos. Nos anos 90, o sax e refrões como "Parárará! Parárará Teixeira de Manaus!" influenciaram músicos como Carlinhos Brown.
À Folha Teixeira disse que não estava mais contente com o rumo que a carreira tomou. Só é convidado para fazer shows em festinhas de aniversário. "Não vou parar por morte, mas... Um dia eu escutei um camarada dizer que eu só tocava pi-ri-ri-pi-ri-ri. É uma desinformação total", disse.
O músico está desiludido com o mercado do brega. "Nas bandas novas que estão aí, músicos como eu não são mostrados. É só o cantor e as moças com pouca roupa. Os músicos estão lá atrás, vestidos de preto", afirmou.
Nascido na comunidade ribeirinha da Costa do Catalão, em Careiro da Várzea (25 km de Manaus), Teixeira de Manaus se interessou por música desde criança. Aos 16 anos ganhou um sax de sua mãe como ele mesmo diz "de terceira mão".
Já tocava cavaquinho. Fez um curso de música e passou a tocar em casas noturnas de Manaus. Aos poucos foi transportando o ritmo caribenho, o jazz e o forró para o sax, assim foi criado o "beiradão".
"No interior da Amazônia não existia música instrumental com pequenos refrões, duas frases. Eu meti isso aí e fiz a música do beiradão, a música do interior amazônico", disse Teixeira.
O beiradão é a margem do rio em que os barcos atracam nas cidades ribeirinhas. "Ele é a cara da floresta, não tem como encostar o barco no beiradão sem ouvir o Teixeira", disse o historiador e secretário de Cultura do Amazonas, Robério Braga.
A 7ª edição do Festival Amazonas Jazz começou nesta terça-feira (24) e vai até o domingo (29). Entre os 11 shows, workshops, cursos, oficinas e palestras, os destaques são David Liebeman e Guinga, Grupo Pau Brasil, Roberto Sion e Itamar Collaço, Ron Carter Quartet e Eumir Deodato.
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