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17/08/2012 - 22h27

Projota lança DVD "Realizando Sonhos" com show de graça em SP

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MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO

O negócio de Projota é escrever, mas ele tem se dado muito bem com números.

Um dos principais nomes da nova safra do rap nacional, o rapaz do Lauzane, quebrada da zona norte da capital paulista, vendeu 10 mil cópias de seu primeiro DVD, "Realizando Sonhos", em apenas duas semanas após chegar às prateleiras. Na noite da gravação do material, os números também foram lá no alto: 4 mil fãs lotaram a plateia, e teve gente que ficou de fora.

No Twitter, onde tem mais de 245 mil seguidores, é frequentador assíduo dos "trending topics". YouTube, Facebook... está tudo dominado. No VMB 2012, a premiação da MTV brasileira, foi indicado em três categorias: revelação, melhor artista masculino e hit do ano, com "Desci a Ladeira/ Pode se Envolver".

"Os sonhos estão se realizando", brinca o MC, que vai comemorar o sucesso do DVD e as conquistas que coleciona desde 2009, quando começou "a viver de rap", no domingo (19), em show de graça, ao ar livre, na rua do CCJ (Centro Cultural da Juventude), em São Paulo.

Do apresentação, vão participar Rashid, Emicida, Kamau, Flora Matos, Karol Conká, Marechal, Terceira Safra e DJ Caíque, artistas que também aparecem no DVD. Na abertura, seleções musicais de DJ Zala e DJ Cia.

E o trabalho não para. Nesse encontro, Projota vai gravar cenas para seu próximo videoclipe, "Foco na Missão".

Divulgação
O rapper Projota, que fará show de lançamento do DVD "Realizando Sonhos" neste domingo (19), no CCJ
O rapper Projota, que fará show de lançamento do DVD "Realizando Sonhos" neste domingo (19), no CCJ

DO RADINHO DE PILHA PARA OS PALCOS

As coisas aconteceram tão rápido que fica difícil organizar tudo na linha do tempo da memória. Mas José Tiago Sabino Pereira, o Projota, lembra bem da época em que ele e "os meninos da rua" começaram a ouvir rap.

"Toda noite a gente colocava o radinho na porta de casa e ficava ouvindo 'Espaço Rap'", conta o MC paulistano. "Eu comecei a fazer rap na hora, na mesma semana em que comecei a ouvir." RZO, Apocalipse 16 e SP Funk foram inspirações.

Um desses "meninos da rua" era Rashid, outro expoente da cena, que na época morava em Minas Gerais, mas passava as férias na casa do pai, vizinho de Projota.

"Um dia o Rashid chegou dizendo que estava fazendo freestyle. Eu achei que era mentira", conta aos risos. "Para mim, os caras que faziam freestyle decoravam as letras tudo em casa."

Para tirar a prova, eles começaram a treinar. "Antes de entrar para as batalhas, a gente frequentou a Central Acústica, do Kamau, na Galeria Olido. A gente já era muito fã de Kamau", conta. Foi então que saiu do bairro e começou a ir nos encontros de rap da cidade. "Estávamos em contato com dezenas de moleques que estavam começando a fazer rap e também queriam instruções, conselhos."

Pouco depois, em 2006, Projota participou pela primeira vez de uma batalha de MC's. De lá para cá, conseguiu vencer por quatro vezes a Batalha do Santa Cruz, três, a Rinha dos MC's e foi para a final da Liga dos MC's de 2007, que era o evento mais tradicional do estilo no Brasil.

"O freestyle mostra sua essência, porque como sai na hora é visceral", explica o MC. "O que mais nos enriquece nas batalhas é o tanto de gente que você conhece. As pessoas começam a te conhecer e a te respeitar pela rima que você fez aquela sexta-feira à noite na porta do rolê."

Mas Projota, que paralelamente se dedicava a compor rimas, queria ir além das batalhas, às quais se dedicou por dois anos, de 2006 a 2008. "Hoje em dia você vê muito MC começar [a carreira] batalhando, mas, desde o início, eu sempre me identifiquei com os raps que me traziam alguma mensagem. E era isso o que eu queria fazer. Se através do meu rap duas pessoas mudassem de atitude e saíssem de algo ruim para algo bom, minha vida já teria sentido. E eu fui seguindo esse caminho."

Quando a internet chegou, conta o rapper, ele começou a baixar programas de áudio e produção. Toda semana, entre um duelo e outro, soltava na rede três raps. "Não conseguia parar de fazer música."

Em 2008, Projota lançou a música "Acabou": postada por um fã no YouTube, alcançou mais de 1 milhão de visualizações. O primeiro EP, "Carta aos Meus", veio em 2009, com produção de A.G. Soares e DJ Caique --desse trabalho, saíram as faixas "Rato de Quermesse", "O Rap em Ação" e "Véia", uma homenagem a sua mãe, que morreu quando ele tinha nove anos.

No ano seguinte, saiu "Projeção", uma mixtape com 19 faixas, entre elas faixas de "Carta aos Meus" e algumas inéditas. Em 2011, mais trabalho: a mixtape "Não Há Lugar Melhor no Mundo que o Nosso Lugar" e o EP "Projeção pra Elas".

"A minha última mixtape inteira tem contestação social. Nas 15 faixas", frisa o rapper, que acredita que o rap se popularizou, "mas não perdeu o peso". "Em uma faixa eu falo sobre o transporte público, na outra, sobre o crack em São Paulo, em outra eu falo sobre as tretas dentro do rap, em outra, sobre as pessoas que ligam muito para dinheiro. Cada música eu escolhi alguma coisa importante para falar."

"E, sim, eu não paro de escrever."

Divulgação
Quatro mil fãs lotaram show da gravação do DVD "Realizando Sonhos", do rapper Projota, em Curitiba
Quatro mil fãs lotaram show da gravação do DVD "Realizando Sonhos", do rapper Projota, em Curitiba

PROJOTA LANÇA DVD 'REALIZANDO SONHOS'
Prévia da Mostra Cultural Estéticas da Periferia
ONDE: CCJ - Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo)
QUANDO: domingo (19), às 16h
QUANTO: gratuito (não é preciso retirar ingresso)
CLASSIFICAÇÃO: livre

 

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