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29/08/2012 - 06h12

ConeCrew recoloca o rap carioca no cenário nacional

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LUCAS NOBILE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Numa tarde de sol intenso passada entre a pista de bocha e um mini "half" de skate no condomínio residencial de alto padrão Novo Leblon, na Barra da Tijuca, Tiago Alves, 25, quer saber "até quando vai essa campanha escrota na televisão".

A indagação faz sentido e tem a ver com o marketing da banda de rap mais bombada do país na atualidade, a ConeCrewDiretoria, da qual Tiago, conhecido como Papatinho, faz parte.

O "beatmaker" quer saber até quando vai o horário político na TV por achar o momento oportuno para lançar o próximo clipe.

Produzido por Fred Ouro Preto, "Chefe de Quadrilha" faz críticas à classe política, representada pelo personagem Armando Golps, e deve ser lançado apenas no fim de setembro.

A estratégia de segurar a novidade se justifica pela preocupação de não prejudicar a carreira do clipe de "Chama os Mulekes", visto por mais de 5 milhões de pessoas no YouTube e pelo qual a ConeCrew foi indicada a quatro categorias no VMB (clipe do ano, hit do ano, melhor banda e revelação), da MTV.

Na cerimônia de premiação, marcada para 20 de setembro, a banda se apresentará ao lado de Projota, revelação do rap de São Paulo.

Cecilia Acioli/Folhapress
Da esquerda para a direita: Batoré, Papatinho, Ari, Rany Money, Cert e Maomé
Da esquerda para a direita: Batoré, Papatinho, Ari, Rany Money, Cert e Maomé

A trajetória do grupo formado em 2006, que conta com dois discos até o momento --"Ataque Lírico" (2007) e "Com os Neurônios Evoluindo" (2011)--, vinha decolando, mas foi com o clipe de "Chama os Mulekes", neste ano, que deslanchou.

O vídeo oficial dura mais de dez minutos e conta com as participações de nomes como Hyldon, Mr. Catra, Tico Santa Cruz, Marcelo D2 e o ator Milhem Cortaz --o Zero Dois, de "Tropa de Elite".

Por ter a maconha no centro da maioria de suas letras, a banda foi inevitavelmente comparada ao Planet Hemp.

"A gente nunca escondeu nada, mas nossas letras não falam só de maconha. Tem música sobre liberdade, sobre política, música mais de pista, de festa. A gente não pensa em focar num assunto só", comenta Papatinho.

RAP STARS

Ali, no condomínio Novo Leblon, um dos produtores do grupo sua a camisa para driblar a dispersão e o espírito arruaceiro dos integrantes da banda --Papatinho, e os MCs Rany Money, Maomé, Ari, Cert e Batoré, todos com idade entre 25 e 26 anos-- e conseguir que eles assinem o contrato para que a música "Falo Nada" (gravada com participação de Marcelo D2) entre na trilha da novela "Malhação", da Globo.

O próximo disco de D2, com lançamento previsto para este ano, deve contar com ao menos uma parceria com os moleques da Cone.

"Foi o Stephan [filho de D2] que veio falar comigo sobre eles. Eu já conhecia vários deles das batalhas de MCs que rolavam na Lapa. Acho maneiro esse caminho novo, essa independência da Cone e de gente como Criolo, Emicida", diz Marcelo D2.

Além de aparecer na trilha de "Malhação" e de estar no novo disco de D2, um tema da Cone também deve ser registrado no próximo trabalho de Gabriel, o Pensador, já em fase de masterização.

A fama também tem pintado no caminho do grupo. O Twitter narra o "agarra-agarra" e o fuzuê armado por fãs em portas de hotéis. Nas ruas, a mesma rotina.

"Hoje mesmo, um cara do Ponto Frio pediu para tirar uma foto. Aí, boladão, moleque", comenta Papatinho com Rany Money.

No fim do ano passado, a gravadora Universal chegou a sondar o grupo, mas os garotos preferiram seguir independentes para ter mais liberdade criativa.

A banda chega a fazer uma média de 15 shows por mês, com cachês que variam entre R$ 20 mil (em cidades menores) e R$ 50 mil (em capitais).

"Hoje você vê um monte de show de rap no Rio. A gente ajudou, quebrando preconceitos. Tocava em festival de rock, em baile funk. Isso ajudou a disseminar o rap no Rio", diz Rany Money.

Veja vídeo

 

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