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Jil Sander retorna à marca que leva seu nome na Semana da Moda de Milão
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VIVIAN WHITEMAN
EM MILÃO
O retorno da estilista Jil Sander à frente da marca que leva seu nome foi um dos destaques de sábado (22) na Semana de Moda de Milão.
A designer voltou a assinar as coleções da grife depois de oito anos afastada. Durante esse período, em que foi substituída pelo elogiado Raf Simons, ela realizou uma empreitada bem-sucedida com a fast-fashion japonesa Uniqlo, especializada em peças básicas e de design limpo, uma espécie de versão acessível do repertório de referências da própria Jil.
A coleção é um "statement" a favor do purismo de linhas que a estilista cultivou durante toda a sua carreira. O desfile começa com uma espécie de uniforme com avental estilizado e explora a ideia de austeridade em silhuetas que parecem saídas de um mundo de borracha, onde tudo é encorpado e nada flutua.
Desfile de Jil Sander em Milão
As cores também são sólidas, lisas, do branco imaculado ao vermelho, passando por azuis e chegando ao preto total. No final, uma das únicas concessões da designer à decoração: paetês translúcidos gigantes fazem as vezes de estampa de bolotas. Não deixa de ser uma visão muito específica da roupa de festa.
Jil retorna à cena quando palavras como minimalismo e purismo estão no vocabulário de grifes como a Gucci, que nas últimas temporadas investiu no decorativismo total. A designer veterana é um ponto de referência forte dessa estética da limpeza, que contrasta com o reinado do over, que começa lentamente a perder força, em mais um dos movimentos de vai-e-volta da moda.
Até mesmo em desfiles de grifes decorativistas por natureza, como a Pucci, é possível perceber esse movimento. O norueguês Peter Dundas apresentou uma coleção em que a renda e os padrões inspirados em países orientais como o Vietnã, aparecem em efeitos de transparência cada vez mais discretos, caminhando para a solidez. As silhuetas estão mais ajustadas ao corpo e o branco límpido ganha espaço.
A Fendi acionou o elemento geométrico para falar dessa transição. Apesar de algumas estampas e da fartura de acessórios, as silhuetas foram trabalhadas a partir dos volumes de formas como quadrados.
Enquanto às discussões dos fashionistas sobre o embate entre "limpinhas" e "exageradas", os fotógrafos perseguiam a bonitona Sharon Stone. Acompanhada do namorado, o modelo Martin Mica, Sharon arrasou nos decotes e nas joias. As más línguas, porém, diziam que seu melhor acessório era o próprio Mica. De qualquer forma, ponto para o time das mulheres que curtem os excessos da vida.
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