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09/12/2012 - 07h01

Nova geração de humoristas inveja liberdade dos veteranos

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KEILA JIMENEZ
COLUNISTA DA FOLHA

Fãs dos trapalhões e dos cassetas, humoristas da nova geração na TV foram surpreendidos pela decisão da Globo de extinguir a "A Turma do Didi" e o "Casseta & Planeta".
"Os trapalhões abriram espaço para o humor na TV e no cinema", diz Tatá Werneck, do "Comédia MTV".

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"Os cassetas são praticamente uma era. Essas entrevistas nas ruas, paródias de novelas, produtos Tabajara, tudo isso que você vê recriado em programas de humor de hoje surgiu com eles."

Mas Tatá enxerga nas piadas de seus antecessores uma liberdade de que os novos humoristas não gozam.

"Hoje a intolerância é tanta que qualquer grupo ou minoria que se sinta ofendido quer processar", diz ela.

"Vi cenas do Chico Anysio na TV que, se fizéssemos hoje em dia, nos levariam à prisão", conta ela.

Danilo Gentili, da Band, completa. "Nitidamente, em dez minutos de 'TV Pirata' ou 'Trapalhões' você vê piadas que não encontra mais na TV hoje", afirma. "Agora, de forma canalha, pessoas estudadas fingem que não entendem que se trata de uma piada e tratam de forma polêmica", reclama.

Para Tatá Werneck, o humor de qualidade não perece. "O que é engraçado e não se baseia em factual será sempre engraçado ou, no mínimo, admirado", diz ela.

Gentili pensa o contrário. "Tudo perece. Se a piada for pauta em cima do comportamento social, ela dura um pouco mais, mas uma hora ficará ultrapassada."

Ele também acredita que é essencial para o humorista reconhecer a hora de parar.

"Se um dia eu chegar onde eles [trapalhões e cassetas] chegaram, posso me considerar história", diz.

"Se parar antes do declínio, serei excepcional", continua. "Mas se eu continuar me divertindo no meio desse trajeto, para mim já está de bom tamanho."

 

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