Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/12/2012 - 03h00

Bienal de Veneza revela artistas brasileiros

Publicidade

FABIO CYPRIANO
CRÍTICO DA FOLHA

Há pelo menos duas décadas, o artista Odires Mlászho garimpa sebos em busca de livros especiais: enciclopédias, compêndios científicos, catálogos fotográficos.

São essas publicações que se tornaram o material básico para suas obras, sejam colagens feitas a partir de páginas desses livros ou simplesmente um rearranjo físico, que resultam em esculturas de papel.

Esses trabalhos, vistos na 30ª Bienal de São Paulo, encerrada há duas semanas, levarão Mlászho ao Olimpo das artes visuais: a 55ª Bienal de Veneza, programada para junho do próximo ano.

Ele representará o Brasil com o gaúcho Hélio Fervenza, também exibido na mostra paulistana.

A seleção da dupla foi feita pelo curador venezuelano Luis Pérez-Oramas, responsável pela 30ª Bienal.

Leticia Moreira/Folhapress
O paranaense Odires Mlászho, escolhido para representar o Brasil na Bienal de Veneza, em seu ateliê, em SP
O paranaense Odires Mlászho, escolhido para representar o Brasil na Bienal de Veneza, em seu ateliê, em SP

Ele também levará à cidade italiana um pequeno grupo histórico de obras de artistas para contextualizar o trabalho dos dois representantes nacionais.

As obras desses históricos já foram solicitadas para o pavilhão brasileiro em Veneza, mas Pérez-Oramas, segundo a assessoria da Fundação Bienal, só vai falar sobre o conceito após confirmação dos empréstimos das obras.

A Folha apurou que, entre elas, há trabalhos dos artistas brasileiros Hélio Oiticica (1937- 1980) e Arthur Bispo do Rosário (1909 ou 1911-1989) e do italiano Bruno Munari (1907-1998).

CAMINHOS INUSITADOS

A escolha do curador recaiu sobre artistas com carreiras consolidadas, ambos com cerca de 50 anos de idade --Fervenza conta 49 e Mlászho completou 52 anos--, mas com percurso um tanto inusitado no circuito.

Fervenza, que é professor universitário há 18 anos, sequer é representado por uma galeria comercial. Mlászho, por sua vez, é autodidata.

Mlászho, aliás, é o pseudônimo artístico de José Odires Micoski, que nasceu em Mandirituba, no Paraná, mas, desde meados dos anos 1980 vive em São Paulo.

"Assim como meus trabalhos são basicamente colagens, criei meu nome também dessa forma", ele conta.

Para tanto, o artista adicionou a letra "m" de seu sobrenome original a Lászho, numa citação livre ao professor da Bauhaus e fotógrafo húngaro László Moholy-Nagy (1895-1946).

Ser autodidata ajudou Mlászho trabalhar de forma mais experimental: "Como eu não aprendi regras, sempre fiz o que quis e como quis", diz o artista em seu ateliê-residência, no centro de São Paulo.

Já para Fervenza, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, "a carreira acadêmica alimenta a artística e vice-versa", conta por telefone. O que ambos vão exibir em Veneza ainda será definido com o curador Pérez-Oramas.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página