Publicidade
Publicidade
Tarantino desenterra tormentos da escravidão nos EUA em 'Django Livre'
Publicidade
PIYA SINHA-ROY
DA REUTERS
Vinte anos depois de Quentin Tarantino ter lançado seu primeiro filme, "Cães de Aluguel", o diretor voltou os olhos para a história da escravidão nos Estados Unidos em "Django Livre", uma história de vingança repleta de sangue, no estilo que é a sua marca.
"Estou no meu auge artístico", diz Tarantino
Folha acompanha filmagens de "Django Livre", novo faroeste de Tarantino
Tarantino, de 49 anos, tornou-se sinônimo de violência e humor negro, enfrentando nazistas em "Bastardos Inglórios" e mafiosos em "Pulp Fiction".
Em "Django Livre", com estreia marcada nos EUA para esta terça-feira (25), dia de Natal, ele combina um faroeste de ação e aventura, incluindo caubóis, com uma narrativa de vingança racial ambientada no século 19, antes da abolição da escravidão nos Estados Unidos.
Divulgação | ||
Jamie Foxx e Leonardo Di Caprio em cena do filme "Django Livre", de Quentin Tarantino |
O ator Jamie Foxx faz um escravo cuja liberdade é comprada por um ex-dentista, interpretado por Christoph Waltz. Os dois se lançam como caçadores de recompensas, atrás de assaltantes e ladrões de gado, até voltarem sua atenção para fazendeiros brutais no interior do Sul dos Estados Unidos.
Tarantino é bem versado na encenação de violência, mas disse que enfrentou "bastante ansiedade" ao filmar as cenas de escravidão. Ele já começou sob o fogo de alguns críticos por causa do uso freqüente no filme de um insulto racial dirigido a negros.
O diretor declarou que inicialmente hesitou em pedir a atores negros que interpretassem escravos acorrentados e chicoteados, e até mesmo chegou a pensar em filmar fora dos Estados Unidos.
Mas um jantar com o veterano ator Sidney Poitier, premiado com o Oscar, e a quem Tarantino chamou de "figura paterna", o fez mudar de ideia depois de Poitier lhe pedir para não "ter medo" de seu filme.
"Este filme é uma profunda, profunda, profunda história americana, e que precisava ser feito por um americano, e precisava de astros americanos. (...) Muitos dos filmes que lidam com esta questão têm geralmente britânicos no papel de sulistas e criam esse distanciamento", disse Tarantino.
Grande parte das cenas de escravidão mais chocantes, como lutas até a morte no estilo dos gladiadores e pessoas colocadas em uma caixa de metal sob o sol quente da região sul, foram extraídas de relatos verdadeiros.
"Nós estávamos filmando em solo sagrado. Este foi o terreno de nossos antepassados​​. (...) O sangue deles estava na grama, ainda há pedaços de carne cravadas nos caules", disse Tarantino.
Divulgação | ||
Tarantino planeja uma tomada de "Django Livre", seu novo longa, em uma fazenda na Louisiana |
O filme tem obtido boas críticas e deve ser forte concorrente ao Oscar, após ter recebido cinco indicações ao Globo de Ouro.
Com a exceção de Waltz, que interpreta o excêntrico caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz, os principais atores são americanos, e do Sul.
Tarantino se uniu novamente a Waltz, que ganhou um Oscar em 2010 por seu papel como um oficial nazista ameaçador em "Bastardos Inglórios", e ao colaborador de longa data Samuel L. Jackson, que interpreta o escravo Stephen, um personagem que Tarantino descreveu como o (personagem) "preto mais desprezível" na história do cinema.
O papel que tem sido mais comentado é o de Leonardo DiCaprio, com seu primeiro vilão, como um proprietário racista de uma plantação --um grande contraste com seu papel de galã em "Titanic" e de norte-americanos excêntricos em "O Aviador" e "J. Edgar".
Quando lhe perguntaram como se sentia ao ser o primeiro diretor a fazer de DiCaprio um vilão, Tarantino riu e respondeu que se sentia "muito bem". Ele elogiou a atuação de DiCaprio como um "Calígula" do Sul, referindo-se ao tirânico imperador romano.
"Eu o vi como um imperador menino petulante. (...) Ele não tem nada além de passatempos hedonistas e vícios para se saciar, e é quase como se ele estivesse apodrecendo por dentro", disse Tarantino.
+ CANAIS
+ NOTÍCIAS EM ILUSTRADA
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice