Servidores da Biblioteca Nacional fazem paralisação na quarta contra más condições de trabalho

Insatisfeitos com as más condições de trabalho no degradado prédio-sede da Biblioteca Nacional, no centro do Rio, os servidores da instituição anunciaram uma paralisação nesta quarta (16), por 24 horas, como forma de protesto.

"Estamos fazendo essa paralisação para a nossa segurança e a dos leitores", disse Otávio Alexandre, presidente da Associação de Servidores da Biblioteca Nacional.

Com a decisão, usuários e visitantes não poderão entrar no prédio na quarta --a associação dos servidores afirmou ter encaminhado mensagem aos pesquisadores alertando sobre a paralisação e pedindo apoio à causa. Os funcionários reclamam das altas temperaturas dentro do prédio neste verão devido à inoperância dos sistemas de ar condicionado, desligados desde que tiveram um vazamento que atingiu o acervo da biblioteca, em maio do ano passado.

Eles estimam que o número diário de visitantes sofreu queda de pelo menos 30% em relação ao mesmo período do ano passado, por causa do calor, que chegou a ultrapassar os 45ºC em alguns dias deste mês.

A parada foi decidida em assembleia realizada na segunda-feira (14), um dia depois de os funcionários se reunirem com o presidente da biblioteca, Galeno Amorim, para cobrar providências quanto às reformas do ar condicionado e da infraestrutura do prédio, que sofre com infiltrações, má conservação e proliferação de insetos.

A Folha questionou a Biblioteca Nacional sobre a paralisação e as reivindicações dos funcionários, mas não obteve resposta até o início da noite desta terça (15). Galeno Amorim está em Brasília, onde se reuniria com a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

Uma nova assembleia dos servidores está marcada para a próxima terça (22); eles afirmam que, se a situação não mudar, irão fazer dois dias de paralisação na semana que vem.

	Daniel Marenco/Folhapress
	Armazém de periódicos e obras gerais da Biblioteca Nacional, no centro do Rio de Janeiro