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06/04/2013 - 03h51

MAC-USP leva seus clássicos à nova sede, no antigo Detran

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SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Quatro anos depois do previsto, o Museu de Arte Contemporânea da USP começa a levar obras de seu acervo à nova sede, no antigo Detran.

É o passo definitivo para a implantação do museu, que sofreu atrasos na reforma e teve nesta semana liberada pelo governo a compra do sistema de segurança do prédio --último entrave para levar a coleção da Cidade Universitária a seu novo endereço.

No sétimo andar, o primeiro a ser ocupado de fato depois de exposições no anexo e no térreo, está uma das mostras mais fortes do circuito paralelo à SP-Arte --a feira que termina amanhã na Bienal--, com peças-chave do acervo de cerca de 10 mil obras, entre modernas e contemporâneas.

Logo de cara, estão clássicos, como o único autorretrato feito por Amedeo Modigliani e "A Boba", de Anita Malfatti, que aparecem juntos de fotografias de Cindy Sherman e desenhos do jovem Júnior Suci, num embate temporal sobre a prática do retrato.

Divulgação
Autorretrato de Amedeo Modigliani, que está na mostra
Autorretrato de Amedeo Modigliani, que está na mostra

"No Modigliani, o artista se retrata como herói, está no centro do quadro", descreve Tadeu Chiarelli, diretor do MAC. "Depois, some a questão do grande artista e entram posições triviais, de quem se afirma como indivíduo."

Essa evolução conceitual ganha corpo no decorrer da mostra. Na sala seguinte, a "Série Trágica", obra de 1947 em que Flavio de Carvalho retratou a mãe morrendo, está de frente para uma série de desenhos recentes de Marina Saleme. Seus traços ecoam de certa forma as linhas exasperantes da obra de Carvalho.

Um arsenal de objetos cortantes alinhados numa mesa, instalação de Thiago Honório, separa os dois trabalhos, sublinhando noções de tensão e violência que são força motriz dos desenhos.

São facas e adagas que poderiam ter cortado a pintura de Lucio Fontana na sala seguinte. Em "Conceito Espacial", de 1965, o artista rasga a tela numa série de cortes precisos, sintetizando a ideia de ruptura com a superfície plana do quadro e uma reflexão sobre a relação do corpo com o espaço arquitetônico.

PRISÃO GEOMÉTRICA

É essa ideia de espaço que o grego Giorgio De Chirico investiga em "Enigma de um Dia", tela de 1914 em que pintou uma praça deserta sob um céu acachapante.
Joaquín Torres-García, um dos maiores nomes do construtivismo na América Latina, leva adiante a noção de embate com a arquitetura numa tela em que figuras aparecem presas a estruturas geométricas, como se tentassem se desvencilhar do espaço.

É isso que acontece em outra parte da mostra, que relaciona "Formas Únicas da Continuidade no Espaço", escultura de 1913 do futurista italiano Umberto Boccioni, uma espécie de homem-máquina em movimento, a telas de Picasso e Ismael Nery que retratam corpos em tensão, com formas que se duplicam.

Noutra sala, o MAC faz um recorte das mais de 500 obras de Emiliano Di Cavalcanti de seu acervo, entre elas "Pescadores", tela de 1951 premiada na primeira Bienal de SP.

O AGORA, O ANTES
QUANDO abre neste sábado (6), às 11h; de ter. a dom., das 10h às 18h
ONDE MAC-USP (av. Pedro Álvares Cabral, 1.301, tel. 0/xx/11/3091-3039)
QUANTO grátis

 

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