Juiz inocenta Globo de acusação de racismo por "Sinhá Moça"
O juiz Argemiro de Azevedo Dutra, da 3ª Vara Cível de Salvador, inocentou a rede Globo de acusação de racismo pela exibição, em 2006, da novela "Sinhá Moça". Cabe recurso.
A informação é da coluna Outro Canal, de Daniel Castro, na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Divulgação |
Escrava Virgínia (Zezé Motta) serve a patroa Sinhá Moça (Débora Falabella) na novela |
Devido a reclamações de soteropolitanos, o Ministério Público da Bahia impetrou ação civil pública contra a emissora, pleiteando que ela fosse condenada a realizar uma nova versão da novela, que mostraria "a participação do negro no regime escravocrata como realmente ocorreu, com orientação de historiadores".
O promotor Almiro Sena Soares Filho argumentou que a novela deturpou a história dos escravos, ao revelar um negro passivo e sofredor, dependente de heróis brancos, e que a trama incentivou o racismo ao divulgar cenas em que os negros apareciam em situações de torturas e humilhações, enquanto o branco era retratado entre bondades e romances.
A emissora se defendeu argumentando que a novela é uma obra de ficção, baseada em livro publicado há mais de 50 anos, e que fazer "abordagem real dos fatos históricos" seria produzir um documentário. Penalizá-la seria contra o princípio constitucional da liberdade de expressão e criação.
A íntegra da coluna Outro Canal, de Daniel Castro, está na Folha desta quarta-feira.
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