Cineasta de "Macunaíma" morria há duas décadas no Rio
O cineasta Joaquim Pedro de Andrade, um dos maiores nomes do cinema novo, morreu no Rio em 10 de setembro de 1988 após lutar contra um diagnóstico de câncer nos pulmões. Além de filmes como "O Padre e a Moça" (1965), "Os Inconfidentes" (1971) e "Cinco Vezes Favela" (1961), ele dirigiu "Macunaíma" (1969).
A adaptação do livro de Mário de Andrade se tornou um dos filmes mais conhecidos do cinema novo.
Divulgação |
Pôster de "Macunaíma", do cineasta Joaquim Pedro de Andrade, que morreu em 1988 |
Joaquim Pedro de Andrade nasceu no Rio de Janeiro em 25 de maio de 1932 e passou a infância entre o Rio e Minas Gerais.
Filho de escritor, o cineasta Andrade acabou revelando parte de sua relação íntima com a literatura em sua obra. Basta lembrar que além de "Macunaíma", "O Padre e a Moça" foi uma outra adaptação para o cinema, que surgiu do poema "O padre, a moça", do livro "Lições de Coisas", de Carlos Drummond de Andrade.
Formado em física, o cineasta acabou revelando talento em seus curtas e ganhou uma bolsa do governo francês para estudar na França em 1960.
Em 1967, o cineasta começa o roteiro cinematográfico de "Macunaíma". Segundo o site Filmes do Serro, Pedro de Andrade escreveu sobre a adaptação:
"Escrevi duas adaptações que me consumiram quatro meses, mais ou menos de fevereiro a junho de 1967. Na primeira eu tentava racionalizar, de certa forma, domar o livro. Mas as coisas colidiam. Iam em várias direções e não se complementavam. Já na segunda, quando entendi que Macunaíma era a história de um brasileiro que foi comido pelo Brasil, as coisas ficaram mais coerentes e os problemas começaram a ser resolvidos uns atrás dos outros. (...) Acho que o personagem, no livro, é mais gentil do que no filme, assim como o filme é mais agressivo, feroz, pessimista, do que o livro amplo, livre e alegre e melancólico de Mário de Andrade. Para ser honesto, considero o filme um comentário do livro".
Após "Macunaíma", o cineasta realizou trabalhos para produtores alemães e italianos.
Na França, o filme é distribuído por Claude Lelouch em 1970. A produção ganha o prêmio de melhor filme no Festival de Mar del Plata, na Argentina, e faz sucesso no Festival de Veneza.
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