Campanella e Darín elevaram cinema argentino, diz produtora
A dupla formada pelo diretor argentino Juan José Campanella e seu compatriota e célebre ator Ricardo Darín levou o cinema desse país a competir em "outra dimensão", resumiu nesta quarta-feira a produtora argentina Verónica Cura.
"Eles o fizeram chegar a outro nível, outra dimensão", disse à Agência Efe a produtora executiva do filme "Um amor", apresentado na mostra competitiva do Festival Ibero-Americano de Cinema Ceará (ou Cine Ceará), que acontece até o dia 8 em Fortaleza.
Verónica, que chamou de "dupla bem-sucedida" o binômio Darín-Campanella, consagrado em filmes inesquecíveis como "O filho da noiva" e "O segredo dos seus olhos" e ganhador de um Oscar de melhor filme estrangeiro, não hesitou em considerar que o trabalho de ambos teve um impacto positivo para a indústria cinematográfica de seu país.
Em sua opinião, apesar das diferenças que existem na produção cinematográfica da América Latina, o traço comum está no olhar.
Rick Wilking/Reuters | ||
O diretor argentino Juan Jose Campanella |
"A diferença é o olhar de povos que viveram crises, mais voltado à realidade social e em alguns casos muito pouco ligado ao sucesso comercial", disse a produtora.
Além disso, ela explicou que as dificuldades de financiamento na indústria cultural levam a uma "aposta no mais seguro", o que pode marginalizar boas histórias para se concentrar nas que se apresentam como garantia de sucesso.
Verónica, que afirmou que "argentinos não sabem rir de si mesmos" e que dominam melhor o drama do que a comédia, disse gostar de todos os gêneros, e que a dificuldade se encontra em achar um bom roteiro.
"Gosto de qualquer história, se ela for boa. Uma boa história tem que ser original, bem dialogada, precisa ter um olhar", disse a produtora, acrescentando: "A esta altura já se falou sobre tudo, a diferença é como vai ser contado".
Produtora executiva do aclamado "As acácias", filme que levou a Câmera de Ouro de melhor estreia no festival de Cannes em 2011, Verónica disse que gostaria de trabalhar com diretores como Wes Anderson, diretor de "Os excêntricos Tenenbaums" e Paul Thomas Anderson.
Entre os cineastas de seu país, a argentina destacou Campanella e Pablo Trapero como alguns dos nomes com os quais ela gostaria de trabalhar, além de todos com quem já filmou, como Lucrecia Martel.
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