Morre o músico Alberto Marsicano, introdutor da cítara no Brasil
Morreu na manhã deste domingo (18) o músico paulistano Alberto Marsicano, na unidade Morumbi do Hospital São Luiz, em São Paulo. Ele tinha 61 anos.
Amigo próximo de Haroldo de Campos (1929-2003), autor do livro "Galáxias", que ele musicou, Marsicano se apresentaria hoje na Casa das Rosas, onde o evento Hora H presta homenagem ao poeta concreto, morto há dez anos.
Niels Andreas/Folhapress | ||
Alberto Marsicano, instrumentista de cítara |
No recital chamado de "10 - 100 H", tocaria ao lado do poeta Frederico Barbosa, e outros convidados, como Donny Correia, Horácio Costa, Ivan de Campos, Marcelo Tápia, Michel Sleiman, Nelson Ascher, Omar Khouri e Simone Homem de Mello.
"Foi uma surpresa. Nem havíamos cancelado o evento, pois parecia que ele se recuperaria rapidamente. Ele era muito ligado ao Haroldo, tanto que havia se apresentado em todas as edições do Hora H", afirma Barbosa.
O poeta, que também dirige a Casa das Rosas, disse que haverá uma exibição da última participação do músico na festa, realizada ano passado.
"Ele foi um dos maiores músicos do mundo em seu instrumento", diz Barbosa sobre o instrumentista, indicado ao Grammy na categoria melhor álbum de world music em 2007.
"Musicalmente, uma das características mais interessantes foi a realização de composições não tradicionais para a cítara, ele tinha um repertório belíssimo de versões para Led Zeppelin e Jimi Hendrix", diz o músico Cid Campos, curador do Hora H.
Aprendiz de Ravi Shankar (1920-2012), Marsicano foi um dos introdutores da cítara indiana no Brasil.
"Shankar incumbiu-me de levar a tradição da cítara indiana ao Brasil", disse Marsicano na ocasião da morte de Shankar, em 2012.
De acordo com um amigo do músico, ele teria sido vítima de um forte ataque de asma e estava internado desde a segunda-feira (12). De acordo com a assessoria do hospital, a família não autorizou a divulgação de informações sobre a causa da morte de Marsicano.
O velório será realizado na segunda-feira (19), no Cemitério da Paz, a partir das 9h, e o enterro será às 11h. Marsicano não deixa filhos.
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