Decadente, reality show 'Aprendiz' retorna em 2014
Nada conseguiu salvar o reality show da Record "Aprendiz - O Retorno" do marasmo: nem as pegadinhas éticas pelas quais os participantes passaram, nem o tom duro do apresentador, o publicitário Roberto Justus, que chegou a chamar uma participante de maluca.
O programa chegou ao fim na terça marcado pelo pior índice de audiência desde a estreia em 2004. A média ficou abaixo dos cinco pontos no Ibope (cada ponto representa 62 mil domicílios na Grande São Paulo), a metade dos dez pontos da primeira edição (cada ponto equivalia a 49,5 mil domicílios).
A final, exibida ao vivo na terça-feira durante uma hora e meia, registrou cinco pontos. Em uma tentativa de segurar o público, o primeiro intervalo comercial ocorreu após 50 minutos de programa.
Raquel Cunha/Folhapress | ||
O publicitário Roberto Justus no estúdio em que grava o programa 'O Aprendiz', na Record |
"Não vamos ser falsos. A gente ficou um pouco frustrado. A audiência é qualificada, mas o horário é difícil. Deveria começar mais cedo", diz o apresentador.
Mesmo assim, a Record não desistiu do formato e "Aprendiz" voltará em 2014, com celebridades competindo por uma vaga no grupo de Justus. "Isso deu certo nos EUA. É interessante ver como uma celebridade reagiria na sala de reunião, como eles fariam para vencer um desafio como esse. O 'casting' [escolha de elenco] seria fundamental; tem que ver quem toparia", afirma Justus.
Nos EUA, Donald Trump comandou neste ano um programa em que demitiu celebridades como o ex-jogador de basquete Dennis Rodman, o ator Stephen Baldwin (irmão de Alec) e a cantora La Toya Jackson (irmã de Michael). O cantor country Trace Adkins foi o vencedor.
Embora não tenha feito o mesmo barulho do passado, o programa também deve continuar por lá: Trump anunciou renovação do contrato com a rede de TV NBC.
Na edição brasileira, o "retorno" do título remete tanto à volta de Justus ao formato (ele apresentou o programa de 2004 a 2009, mas as edições de 2010 e 2011 foram chefiadas por João Dória), quanto a dos candidatos, demitidos em edições anteriores.
Segundo o apresentador, neste ano o programa foi marcado pela "pressão". Enquanto as edições anteriores duraram três ou quatro meses, essa foi gravada em 49 dias.
"Isso deixou o programa totalmente diferente. Os participantes não tinham tempo para nada", diz Justus. O motivo pela adoção do ritmo acelerado foram custos menores e a disponibilidade dos participantes. "Eles tinham seus afazeres, suas famílias, não topariam ficar três meses isolados", explica Justus.
O que não parece ter mudado foi a bronca que Justus dá ao demitir os candidatos ao fim de cada programa. Na vida real, é bravo assim? "Se eu fosse daquele jeito, eu não seria um empresário. Seria um ermitão na montanha."
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