CRÍTICA
"Revolver" dá injeção de rock em mistura ousada de som e poesia
"O nome do disco é 'Revolver', e não 'Revólver. Não vamos confundir", disse Walter Franco em show no mês passado, no Bourbon Street (SP). Em seguida, contou que "Revolver" (1966), dos Beatles, é um de seus discos favoritos.
Mas "Revolver", o dele, de 1975, dispara música boa e inovadora para todos os lados. Traz as letras de influência concretista e o som quebrado e estimulante de seu primeiro disco, "Ou Não" (1973).
Reprodução | ||
Capa do disco "Revolver" (1975), do cantor e compositor Walter Franco. |
"Revolver" pega a mistura intrigante e indissolúvel de palavras e sons característica do autor e injeta rock na receita. Os arranjos eletrificados e as experiências em estúdio levam às melhores músicas que Walter Franco já produziu.
Em seus discos posteriores, ele retomaria o caminho da canção em seu formato mais palatável ao público –o que, em seu caso, não pode ser considerado um retrocesso. Foi nas obras seguintes que suas letras chegaram ao máximo de concisão e força.
"Revolver" pode levantar plateias com um som mais pesado, como "Feito Gente", ou convidar a viagens delicadas, na mântrica "Eternamente".
Na capa, Walter se veste de branco, como John Lennon aparece na capa de "Abbey Road" (1969), dos Beatles.
Meses depois, foto na imprensa americana exibiu Lennon em seu escritório, com o disco do brasileiro na mesa. Segundo amigos do ex-Beatle, ele gostou do que ouviu.
REVOLVER
ARTISTA Walter Franco
LANÇAMENTO PolysomDeck
QUANTO R$ 99 (LP de 180 g)
AVALIAÇÃO ótimo
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade