CRÍTICA
Estranhezas para além da MPB dão corpo ao melhor disco de Céu
Joel Silva/Folhapress | ||
A cantora Céu, que lança o disco "Tropix" nesta semana |
"Tropix" é um capítulo diferente na trajetória de Céu. Nos outros discos tinha MPB, pop, coisas latinas, beats, reggae, tudo com um carimbo de atitude. Uma cantora que deixa claro gravar apenas o que quer, sem concessões.
Pois o que Céu parece querer agora é reformatar muito seu som. Seja ou não essa a intenção, deu muito certo. É seu álbum mais atraente, mais cheio de ideias musicais.
Esse caminho novo passa pelas pistas. Com produção de Hervé Salters (General Eletriks) e Pupillo, o disco até engana na primeira faixa, "Perfume do Invisível", que começa como algo extraído de "Vagarosa", seu segundo álbum.
Mas ainda nesta música tudo muda para um universo disco music. A seguir, ela brinca faixa após faixa com vários momentos eletrônicos, da discoteca ao trip hop. O vocal de Céu, do sussurrado a um canto mais encorpado, nunca esteve tão bem.
O disco flerta até com o lo-fi, na regravação de "Chico Buarque's Song", do grupo oitentista paulistano Fellini.
Mas, nas últimas faixas, as guitarras surgem fortes, outra estranheza do álbum. "Camadas" e "Rapsódia Brasilis" devem causar impacto ao vivo.
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