CRÍTICA
'Jack Reacher - Sem Retorno' é diversão despretensiosa
Aos 54 anos, Tom Cruise integra um time que tem Bruce Willis e Nicolas Cage. São atores que já tiveram seus melhores momentos, participando de produções relevantes na indústria do entretenimento, e que hoje aumentam a conta bancária com filmecos de ação. Assim, não se pode esperar muito deles.
Por isso, a segunda aventura cinematográfica de Jack Reacher até surpreende. O personagem criado na literatura de espionagem por Lee Child volta neste filme com um perfil psicológico um tanto "simplificado". E acaba rendendo melhor para uma trama de aventura do que o resultado do primeiro longa, "Jack Reacher" (2012), também com Cruise.
Reacher aparece aqui mais resolvido com seu passado militar. Cumpre uma missão aqui e ali, vagando pela América sem compromisso. Para relaxar, resolve dar uma passadinha em Washington para jantar com uma oficial que conhece apenas de muitos telefonemas durante suas operações, a major Susan Turner (Cobie Smulders, musa nerd no papel de agente da Shield nos filmes da Marvel).
Divulgação | ||
Tom Cruise em cena do novo "Jack Reacher" |
Ao chegar a Washington, dois problemas. Uma mulher que Reacher não conhece entrou com ação de paternidade, alegando que ele é o pai de sua filha adolescente. Além disso, encontra a major Turner presa, acusada de espionagem. Quando ele começa a investigar o caso contra sua amiga, descobre uma trama de contrabando de armas americanas no Afeganistão.
Os responsáveis forjam uma situação para acusar Reacher de assassinato. Só resta a ele tirar Turner da prisão militar para que, juntos, tentem revelar a história toda e sejam inocentados.
No caminho, um sem-número de bandidos vai aparecer para que Reacher exiba as habilidades de combate que o tornaram uma lenda entre os agentes das Forças Especiais. Há um líder dos malvados, outro ex-soldado que parece tão mortal quanto Reacher. Lógico que os dois devem se pegar no final.
Assim, montado com clichês do gênero, o enredo não promete. Mas é a inclusão da suposta filha do agente que dá algum molho ao filme.
Danika Yarosh, atriz de 18 anos, é Samantha, que passa a ser alvo dos corruptos que querem deter a cruzada de Reacher e Turner. A menina é esperta o bastante para não ser presa fácil e, entre as fugas, vai se afeiçoando ao homem que pode ser seu pai.
Cruise está visualmente um tanto esquisito, com a cara cheia de botox, num papel que inibe o sorriso que o tornou ídolo nos anos 1980.
"Jack Reacher" se transforma agora em sua segunda franquia de ação. Ele segue também com "Missão: Impossível", que tem seu sexto filme programado para 2018.
Cruise produz os filmes das duas séries e continua alardeando sua intrépida vocação para fazer as cenas mais arriscadas sem dublês.
Melhor do que os dois últimos exemplares de "Missão: Impossível", "Jack Reacher "" Sem Retorno" é uma diversão honesta e despretensiosa. Basta não exigir muito do filme.
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