HARRY STYLES (muito bom)
QUANTO: R$ 32,90 (pré-venda); grátis no Spotify e no Deezer
GRAVADORA: Columbia Records
Quando uma boy band chega ao fim, o público observa seus integrantes para tentar descobrir prematuramente qual deles será "o Justin Timberlake" do grupo.
No caso do inglês One Direction, formado no programa "The X Factor" em 2010, tudo parecia favorecer Zayn Malik, que deixou a banda antes de sua pausa indefinida.
Os esforços dos ex-colegas Niall Horan e Louis Tomlinson não chegaram perto do sucesso comercial obtido pelo cantor de "Pillowtalk".
Já Harry Styles, 23, escolheu afastar-se por dois anos para conceber um disco que o reintroduzisse ao público do modo como desejava ser visto.
O resultado, um disco de estreia que leva seu nome, deixa o pop de lado, abraça o rock e o folk e o impulsiona como o expoente de sua ex-banda.
Styles diz ser uma projeção do que ele gosta de escutar. Assim, o ex-ídolo teen deve ter passado seu sabático ouvindo Beatles, David Bowie, Rolling Stones e Elton John.
A sonoridade essencialmente retrô se combina a uma proposta jovem em dez faixas que se revezam entre dançante provocativo e angustiado reflexivo.
Como compositor, invoca amores passados e inseguranças em baladas como "Two Ghosts", "Sweet Creature" e a brilhante e confessional "From the Dining Table", na qual alude a um período sombrio envolto por excesso de bebida e sexo casual.
As guitarras, a vontade de dançar e as letras mais ousadas (e, às vezes, mais clichês) encontram seu espaço em "Only Angel", "Kiwi" e "Carolina", focadas em figuras femininas fortes e sensuais.
"Woman" e "Meet me in the Hallway" exploram o mesmo tema em arranjos menos óbvios e mais maduros.
Mesmo em seus tempos de One Direction, Harry Styles transpirava uma energia diferente dos outros quatro integrantes da banda.
Agora, essa mesma energia foi canalizada, de maneira bem-sucedida, em seu primeiro disco solo. O disco honesto de um músico de rock que quer muito ser levado a sério pelo público. E merece.
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