Após acusações de estupro, Weinstein é expulso da Academia do Oscar
Yann Coatsaliou - 23.mai.2017/AFP | ||
O produtor Harvey Weinstein |
Acusado de assédio e estupro por atrizes como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, o produtor Harvey Weinstein foi expulso da Academia do Oscar, informou o "The New York Times".
O conselho da academia, formado por 54 membros, teria tomado a decisão neste sábado (14). Ainda de acordo com a publicação, o número de votos a favor da saída do produtor foi superior aos dois terços exigidos para a expulsão de um membro.
Em nota enviada ao "NYT", a academia afirma que tomou a decisão de se manifestar não apenas para separar a imagem de alguém que "não merece o respeito de seus colegas, mas também para passar uma mensagem de que a era da ignorância voluntária e da vergonhosa cumplicidade no comportamento sexualmente predatório e no assédio ao local de trabalho da nossa indústria acabou."
A academia conta com mais de seis mil membros. Para se tornar integrante da instituição é necessário já ter sido indicado ao prêmio em uma das principais categorias ou indicado aos prêmios técnicos e obter mais dois votos de integrantes. Uma vez membro, a pessoa tem direito de voto para a premiação.
O CASO
Weinstein, considerado um dos nomes mais poderosos de Hollywood, foi acusado de ter cometido abuso sexual contra diversas mulheres. As acusações foram veiculadas no jornal "The New York Times" e desencadearam sua demissão na empresa que leva seu nome.
Segundo o jornal americano, que investigou o caso, as acusações existem há quase três décadas –os episódios ocorreram em vários locais, incluindo os escritórios da produtora de Weinstein nos Estados Unidos e na Inglaterra, além de episódios durante os festivais de Cannes e Sundance.
O "The New York Times" também afirma que o produtor chegou a fechar pelo menos oito acordos com mulheres, incluindo uma assistente em 1990, uma atriz em 1997 e uma modelo italiana em 2015.
BAFTA
O produtor foi suspenso da academia de cinema britânica Bafta na quarta-feira (11). "À luz de alegações recentes muito sérias, a Bafta informou Harvey Weinstein que sua filiação foi suspensa, com efeito imediato", disse a instituição em um comunicado.
OUTRO LADO
Procurado pelo "The New York Times", o produtor pediu desculpas e reconheceu que "a forma como se comportou com colegas no passado causou muita dor". "Sinceramente peço desculpas por isso", disse, afirmando ainda que, embora "esteja tentando melhorar", sabe que ainda tem "um longo caminho".
Weinstein também informou que estava tendo acompanhamento de terapeutas e que tinha planos de tirar uma licença para tratar do assunto.
Entretanto, à revista "The New Yorker", a porta-voz de Weinstein, Sallie Hofmeister, respondeu às acusações dizendo que "quaisquer alegações de sexo não-consensual são negadas inequivocamente pelo senhor Weinstein".
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