CPI dos Maus-Tratos aprova condução coercitiva de curador do 'Queermuseu'
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Museu de Arte Moderna de SP, menina toca em homem nu |
O senador e presidente da CPI dos Maus-Tratos, Magno Malta (PR-ES), aprovou, nesta quarta-feira (8), a condução coercitiva de Gaudêncio Fidelis, curador da exposição 'Queermuseu', cancelada em Porto Alegre após protestos de grupos conservadores que afirmavam que as obras continham incitação à pedofilia.
Ainda sem data, a medida foi decidida após a ausência de ambos a depoimentos aos quais haviam sido convocados. Eles têm o direito de permanecer em silêncio na CPI que investiga denúncias de violações ao ECA, entretanto Fidelis afirma que falará durante a sua sessão.
"Não tem cabimento eu ir à uma CPI feita com dinheiro público para prestar esclarecimentos à sociedade e permanecer calado", diz o curador.
Em entrevista à Folha, o curador discorda com o uso de condução coercitiva, uma vez que justificou a sua ausência na oitiva do dia 4/10.
Fidelis afirma que entrou com pedido de habeas corpus, que obteve resposta de deferimento apenas na noite que antecedeu à sessão, o que impossibilitou a sua ida à Brasília.
O senador afirma que a explicação do curador não é válida, pois, segundo ele, o Senado havia enviado as passagens de avião.
O coreógrafo Wagner Schwartz, que se apresentou nu no MAM-SP e foi alvo de críticas após a interação de uma criança com ele, também será ouvido mediante ação policial. À respeito dele, Magno considera que ele se "evadiou".
CPI DOS MAUS-TRATOS
No dia 24 de outubro foi realizada uma das oitivas da CPI sobre a interação de uma criança com um coreógrafo nu durante uma apresentação da performance de "La Bête" no MAM, em setembro.
Em entrevista à Folha, o senador afirmou que a conclusão da CPI pode "fazer com que eles [curadores, coreógrafo e mãe] sejam indiciados" pelo relator, José Medeiros (PSD-MT).
Durante a sessão, ele afirmou ainda que a exposição "Queermuseu" -fechada em Porto Alegre- tinha caráter "cristofóbico" ao, por exemplo, retratar Jesus Cristo de forma satirizada.
O relator José Medeiros afirmou que a CPI não visa apenas investigar o caso do MAM: "é para que possamos dizer se precisamos melhorar a lei de classificação indicativa".
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