Gravado em uma noite, álbum traz inéditas de Neil Young e emociona
Reprodução | ||
O músico Neil Young, em imagem de 1976 |
HITCHHIKER (ótimo)
QUANTO cd: US$ 13,99 + US$ 9,99 de entrega (R$ 78); VINIL: 19,98 + US$ 9,99 (R$ 98)
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Os fãs de Neil Young conhecem a história da canção "Will To Love". Gravada em uma madrugada de 1976, apenas com seu violão em um aparelho caseiro na sala de estar, pode-se ouvir a lareira estalando o tempo inteiro.
Na letra, Young se imagina como um salmão, lutando para subir o rio contra a correnteza. O músico diz que mixou a voz com o violão na mesma noite e completou a faixa de sete minutos em oito horas. A gravação foi lançada no álbum "American Stars 'N Bars", de 1977, e Neil Young nunca mais a cantou depois daquela noite.
Pois "Hitchhiker", álbum lançado em setembro deste ano, foi igualmente gravado em uma única madrugada de 1976, só ele e seu violão. Mais precisamente em 11 de agosto de 1976, num estúdio chamado Indigo Ranch, no meio de parques que cercam a praia de Malibu, em Los Angeles, na Califórnia.
Como "Will To Love", o disco é um retrato revelador de Young. E também de sua produção dos anos 1970.
Traz duas canções inéditas, sete que ele lançaria nos álbuns seguintes e uma regravada em 2010. O violão é o de cordas de aço, dedilhado.
Algumas músicas trazem gaita, instrumento que ele toca bem. Entre as faixas, o músico pode ser ouvido falando com o engenheiro de som, dando risadas etc.
As inéditas, "Hawaii" e "Give me Strenght", são emocionantes, não dá para entender porque ficaram para trás, especialmente a primeira.
As duas poderiam estar em qualquer uma das obras-primas dos anos 1970 (sim, seus dez discos dos anos 1970 são obras-primas).
"Hitchhiker" foi regravada com guitarra estourada no álbum "Le Noise" de 2010. As outras são clássicas.
"Pocahontas" e Powderfinger", dupla arrasadora regravada para "Rust Never Sleeps" (1979).
"Ride My Llama", também saiu nesse LP. "Captain Kennedy", "Human Higway" e The Old Country Waltz" foram regravadas em álbuns subsequentes.
Finaliza com a curiosa "Campaigner", cuja mesmíssima gravação já havia saído na coletânea tripla "Decade" (1977), mas com três estrofes e 3 minutos e meio.
Agora ela aparece com um verso a mais e 4 minutos e 19 segundos. Faltam palavras para agradecer tamanha generosidade.
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