Após denúncias contra Weinstein, ex-agente de Rose McGowan se suicida

Jill Messick representou McGowan quando a atriz foi supostamente estuprada por Weinstein

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Rose McGowan faz palestra em uma convenção para mulheres nos Estados Unidos, em 2017
Rose McGowan faz palestra em uma convenção para mulheres nos Estados Unidos, em 2017 - Rebecca Cook/Reuters
AFP

Jill Messick, uma veterana executiva de Hollywood que foi representante de Rose McGowan quando a atriz foi supostamente estuprada por Harvey Weinstein, se suicidou, informou a imprensa americana nesta quinta-feira (8). Ela tinha 50 anos e deixa dois filhos.

Messick lutou durante anos contra uma depressão e teria se sentido "vitimizada" sobre seu papel nos assédios de Weinstein. Dezenas de mulheres de Hollywood acusaram o magnata da produção cinematográfica de abuso sexual.

Messick, que trabalhava para Addis-Wechsler — agora Industry Entertainment — era a representante de McGowan no período em que a atriz alega ter sido estuprada por Weinstein, durante o Festival de Cinema de Sundance de 1997.

A atriz, que é uma das ativistas mais proeminentes do movimento #MeToo, disse ao jornal "TheNew York Times", em outubro de 2017, que Messick havia arranjado o encontro com Weinstein em um quarto de hotel.

A revelação — e ter seu nome estampando manchetes sobre uma troca de e-mails com Weinstein — tiveram um efeito negativo no ânimo de Messick, disse sua família à mídia americana.

"A informação se disseminou e gerou informações falsas sobre Jill como pessoa, que ela não podia nem desejava combater", dizia a nota. "Ela se tornou um dano colateral de uma história já horrível."

A família acusa McGowan de fazer "declarações difamatórias contra" Messick que ela escolheu não rebater por medo a afetar as vítimas de assédio sexual.

"Ela optou por não botar lenha na fogueira, permitindo que seu nome e sua reputação fossem manchados apesar de não ter feito nada ruim", afirma o texto.

Messick começou a produzir filmes e programas de televisão em 1999, e também trabalhou como executiva na Lorne Michaels Productions, da Paramount. Seus créditos de produção incluem filmes como "Ela é Demais", "Meninas Malvadas", "Frida" e "Gênios do Crime".

ASSÉDIO SEXUAL

Confira a seguir um resumo sobre os principais casos de assédio sexual e estupro em Hollywood reportados recentemente.

Harvey Weinstein
No caso que foi o estopim para a avalanche de acusações em Hollywood, o outrora poderoso produtor de 65 é acusado de ter assediado e estuprado mulheres ao longo de três décadas. Entre as vítimas estão Angelina Jolie, Ashley  Judd e Gwyneth  Paltrow. Bob Weinstein, irmão de Harvey, também foi acusado de assédio.

Kevin  Spacey
O ator de 58 anos foi acusado pelo colega AnthonyRapp de o ter assediado fisicamente quando a vítima tinha 14 anos. O ator mexicano Roberto Cavazos fez acusações semelhantes. Após as acusações, a Netflix suspendeu a última temporada da série "House of Cards" e afastou o ator do programa, além de cancelar o lançamento do filme "Gore", protagonizado por Spacey.

James Toback
Segundo o "Los Angeles Times", mais de 30 mulheres denunciaram o diretor e roteirista de 72 anos de cometer assédio sexual. Autor da reportagem, Glenn Whipp disse ter sido contatado por 193 mulheres com acusações semelhantes contra Toback, autor do roteiro de filmes como "Bugsy" e "O Apostador".

Roman Polanski
Além de ter estuprado uma garota de 13 anos em 1977, o cineasta franco-polonês de 84 anos também é alvo de, pelo menos, outras quatro acusações contra mulheres menores de idade, entre elas a atriz Charlotte Lewis. Em Paris, uma retrospectiva de sua obra foi alvo de críticas por um grupo feminista.

Dustin Hoffman
O ator que tem hoje 80 anos é acusado de ter assediado sexualmente a escritora Anna Graham Hunter, então com 17 anos, no set do telefilme "A Morte de um Caixeiro-Viajante", em 1985. Ele teria falado de sexo para ela e a apalpado. Hoffman se desculpou e disse que aquilo não "reflete" quem ele é.

Brett Ratner
A atriz Natasha  Henstridge diz ter sido forçada a fazer sexo oral no diretor de "A Hora do Rush" e "X-Men: O Confronto Final" nos anos 1990. Além dela, outras atrizes e modelos, como Olivia  Munn e Jaime Ray Newman, também relatam casos semelhantes envolvendo ele. Rattner, 48, nega as acusações.

Ed Westwick
O ator conhecido por "Gossip Girl" foi acusado de estupro por Kristina  Cohen e Aurélie  Wynn. Ele nega. A polícia de Los Angeles abriu investigação sobre o primeiro caso. Com isso, a BBC suspendeu a exibição "Ordeal  by  Innocence". As gravações já iniciadas da segunda temporada de "White Gold", da Netflix, também foram suspensas.

John Lasseter
O diretor da Pixar e dos filmes "Toy  Story" e "Vida de Inseto" decidiu tirar licença de seis meses após admitir erros ligados a condutas de assédio sexual. Colaboradoras reclamaram de um excesso "invasivo" de abraços e outras situações desconfortáveis.

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