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Balé reconta a mais famosa história de amor

'Romeu e Julieta', do russo Serguei Prokófiev, é tema do terceiro volume da Coleção Folha

Cristiane Martins
São Paulo
Galina Ulanova e Yury Zhdanov, do balé russo Kirov, dançam versão de ‘Romeu e Julieta’ - Malyshev/RIA Novosti

"Romeu e Julieta", a mais famosa história de amor de todos os tempos, chega às bancas no próximo domingo (4) pela Coleção Folha Óperas e Concertos para Crianças. A obra escrita entre 1591 e 1595 pelo inglês William Shakespeare foi adaptada para o balé pelo russo Serguei Prokófiev (1891-1953).

A essência da história está presente no terceiro volume da coleção, que apresenta ao jovem leitor uma versão da tragédia com textos ilustrados, passatempos e uma gravação em CD dessa partitura do pianista e compositor.

A tragédia amplifica a idealização do amor do casal, que desafia a convenções sociais, mas não tem tempo hábil para enfrentar os obstáculos de uma vida a dois.

"Em meio às coisas negativas do mundo em que vivemos, aumenta nas pessoas a vontade de ver algo relacionado a sentimentos puros. É como uma necessidade de ar fresco", disse sobre esse bailado o mítico bailarino Vladimir Vassiliev.

A trama é bastante conhecida do grande público. Romeu Montecchio, jovem sonhador e idealista, decide ir disfarçado a uma festa na casa dos rivais Capulettos, onde conhece a filha da família, Julieta, garota aparentemente frágil, porém altiva.

É amor à primeira vista. Após o baile, Romeu a pede em casamento. Mesmo com medo da reação de seus pais, ela aceita. A partir daí, enfrentarão diversos obstáculos para tentarem ficar juntos.

Para o crítico literário americano Harold Bloom, "não existe melhor retrato de uma mulher apaixonada que Julieta". "Sua constante generosidade é um modelo de sua grande capacidade de resiliência. Uma inteligência além do que nós conhecemos como sentimentos."

O balé de Prokófiev, uma das diversas adaptações da obra shakesperiana, estreou em 1938 na então Tchecoslováquia. Mas a fama só veio três décadas depois, em Londres, com os célebres bailarinos Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev. Um dos pontos altos é o "pas de deux" dos protagonistas, que cantam e dançam ao descobrirem seu amor.

Segundo o regente argentino Javier Logioia Orbe, a história é perfeitamente descrita em cada intervenção instrumental na obra de Prokófiev, conseguindo, assim, um clima único e inimitável na história da dança universal.

O CD que acompanha o terceiro volume da Coleção Folha apresenta uma gravação da Orquestra Sinfônica Nacional da Ucrânia, regida pelo inglês Andrew Mogrelia. O livro explica ao leitor qual é a relação entre as faixas e os trechos da história.

"Romeu e Julieta" inspirou ainda diversas adaptações para o cinema. Entre as mais conhecidas, estão a clássica de Franco Zeffirelli (1968), considerada a versão definitiva da obra, e a inovadora releitura de Baz Luhrmann (1996), com Leonardo DiCaprio e Claire Danes.

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