Clássico policial dos anos 1970 volta à TV com verve política

Série S.W.A.T. estreia na Fox com questões raciais e uma mulher no comando da polícia  

GUSTAVO FIORATTI
São Paulo
Cena da série S.W.A.T.
O ator Shemar Moore em cena da série S.W.A.T., da Fox - Divulgação

Existem diferenças marcantes entre o remake de "S.W.A.T.", que estreia nesta segunda (26) na Fox, e a série original, clássico dos anos 1970 protagonizado por um grupo especial da polícia americana. E não é apenas pelo uso de câmeras móveis contra os quadros fixos da versão anterior.

Criada nos anos 1960 para responder a rebeliões urbanas e grupos criminosos armados, a divisão da polícia Special Weapons And Tactics (Armas e Táticas Especiais) tinha na série antiga um retrato bem mais ingênuo do que o atual.

Já no capítulo de estreia da nova série, ambientada em Los Angeles, surge uma crise provocada por um agente que, acidentalmente, atira em um jovem negro sem qualquer envolvimento com o crime.

No dia seguinte, o policial que cometeu o erro é afastado, e um sargento negro (Shemar Moore, de "Criminal Minds"), o protagonista da trama, é promovido em frente às câmeras de TV.

O personagem se dá conta de que, com a promoção, está sendo usado pelo comando como um instrumento de diálogo entre a comunidade pobre da cidade, onde ele próprio mora, e a polícia.

Além de trazer questões raciais para a pauta, a nova série coloca uma mulher, interpretada pela atriz mexicana Stephanie Sigman, no alto escalão da S.W.A.T..

"O mundo [nos anos 1970] era tão diferente do que é hoje, a sociedade era diferente, eram outras regras. E não havia tantos papéis femininos [na polícia]. Meu papel não estava na série original. E é interessante que agora haja uma mulher na chefia, em um ambiente dominado por homens", diz Sigman à Folha.

Ela já foi uma "Bond girl" em "007 Contra Spectre" (2015) e também atuou na série "Narcos". Diz que, depois dessas obras, passou a entender mais sobre armas e destaca que se dá melhor com as mais pesadas. "Sei que é engraçado, mas sou melhor com rifles", conta, ao narrar as situações de treinamento físico para seus papéis.

Sigman também diz que pediu para manter seu sotaque latino com a personagem. "No início, a gente não sabia se suavizava a pronúncia. Depois pensamos que eu poderia mantê-la porque queríamos diversidade na tela."

Los Angeles é uma cidade com pessoas do mundo inteiro, ela aponta. "As pessoas falam línguas diferentes o tempo todo, e a gente ouve espanhol toda hora."


NA TV

S.W.A.T.

QUANDO Seg., às 23h15, na Fox

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.